O que podemos fazer em poucos minutos, para tornarmos o mundo melhor? Partindo desta proposta, um grupo de alunos do 9º ano da EMEF Professor Antonio Carlos Ribas Branco, de Taubaté, elaborou um curta-metragem e faturou o prêmio Jovem Cineasta do 4º Concurso de Fotografias e Vídeo do município.

O desafio foi lançado pelo professor Marcus Vinícius de Paula, que leciona a disciplina de Língua Portuguesa na escola. Segundo o docente, os alunos deveriam se dividir em grupos de até cinco integrantes e produzir vídeos com até 30 segundos, a partir da questão motivadora; as produções finais abarcaram temáticas diversas como amizade, reciclagem, ecologia, “mas uma delas acabou se destacando”, comenta Marcus Vinicius referindo-se à produção dos alunos Daniel Francisco, Gabriel Toloza, Lucas Robert e Raquel Madona.

O vídeo do grupo apresenta duas reações opostas para uma única situação. Na primeira encenação, uma dona de casa se depara com um morador de rua ao abrir seu portão, e o “varre” da entrada da residência; na segunda cena, a personagem pede apoio a dois rapazes que carregam o morador para o interior da residência, e oferece-lhe um copo d’água.

Para Lucas Robert, um dos realizadores do trabalho, o vídeo levou os alunos a refletirem sobre a questão da desigualdade. O aluno se diz satisfeito com o tipo de atividade proposta, que foi além da explanação de conceitos na lousa. “A ideia é bem mais criativa e a aprendizagem fica mais divertida”, afirma Lucas.

O professor Marcus Vinicius ressalta a criatividade da turma ao elaborar o roteiro e complementa: “meu apoio se resumiu a conceitos técnicos, como marcação de cenário e edição do vídeo”. Também partiu do docente a explanação de diferentes maneiras de se trabalhar com o tema, o que levou o grupo a se inspirar em Charles Chaplin e aderir ao cinema mudo.

O produto final superou as expectativas do educador e motivou a inscrição do vídeo no concurso de Fotografias e Vídeos de Taubaté. O vídeo foi inscrito no nome da aluna Raquel Madona, justamente pelo fato do concurso admitir participantes a partir de 15 anos. “Ficamos felizes com a vitória e, na colação de grau da turma, pretendo fazer um certificado para cada integrante do grupo”, ressalta o educador Marcus Vinicius, já que a medalha e o diploma decorrentes do prêmio foram direcionados apenas à garota.

A experiência audiovisual, no entanto, foi coletiva e já motiva sonhos futuros. “Eu vejo o prêmio como um começo para uma possível carreira de ator ou cineasta. Gostaria muito de trabalhar com isso, se tivesse oportunidade”, conclui Lucas Robert.

Educonexão: a aproximação com as mídias

Segundo Marcus Vinícius de Paula, a ideia de inserir novas mídias e tecnologias no cotidiano da sala de aula surgiu após a realização do curso Educonexão, promovido pelo portal NET Educação em parceria com o Instituto Crescer para a Cidadania. “Me interessei pelo curso pela questão do aprimoramento em minha formação. E, de fato, aprendi a criar blogs, podcasts, usar facebook, twitter, e pretendo incorporar tudo isso em minhas aulas. Além disso, percebi que os alunos se motivaram e se envolveram bastante com a nova proposta”, declara o docente.

O professor ainda enumera as vantagens do uso da tecnologia como complemento ao trabalho pedagógico. No caso do vídeo, o profissional cita o fato de se eternizar o que é produzido. “Esses conteúdos poderão ser acessados daqui a vinte anos, ou seja, rompemos a barreira do tempo e a do espaço, uma vez que as produções podem ser vistas em qualquer canto, por meio de uma rede mundial”, atesta Marcus Vinícius de Paula.

“Além disso, o vídeo também permite trabalhar com linguagem, leitura, interpretação, e traduzir conceitos como ética, respeito e cidadania”, finaliza o educador.

Assista ao vídeo: Desprezo e Compaixão

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Talvez Você Também Goste

Confira 7 filmes para debater bullying na escola

Produções ajudam a identificar a prática e conscientizam sobre preconceitos que a motivam

Como usar fanfics em sala de aula?

Produção literária colaborativa de fãs estimula leitura e escrita entre jovens

Como utilizar a culinária afrodiaspórica no ensino de química?

Pratos como feijoada, acarajé e moqueca ajudam a abordar diferentes conteúdos da disciplina

Receba NossasNovidades

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.