A leitura em meios digitais pode promover uma experiência mais interativa e prazerosa pelo mundo dos livros. Essa é a opinião da contadora de histórias e especialista em literatura infanto-juvenil, Benita Prieto. Ela é uma das fundadoras do Codex Clube, um site que tem como objetivo a promoção da leitura por meio de dispositivos digitais. Benita também palestra em escolas e bibliotecas sobre como usar a tecnologia educacional na formação de leitores.

Entre as vantagens da leitura em meios digitais, Benita aponta a democratização do acesso ao livro. “A quantidade de equipamentos digitais nas mãos da população é algo impressionante e, se houver dentro desses equipamentos livros, o acesso a esse bem cultural será a vantagem que precisamos na construção de sociedades críticas e leitoras”, defende.

Veja mais:
– 7 dicas para contar histórias
– 
8 dicas para fazer literatura no Twitter

Os leitores que usam aplicativos, tablets, smartphones e e-readers também podem usufruir de artifícios especiais que o livro em papel não permite. Atualmente, o uso de tecnologia de geolocalização permite que e-books mudem o seu enredo de acordo com o local geográfico onde o leitor está. Esse é o caso da obra TripBook Smiles, do autor Marcelo Rubens Paiva.

Além disso, qualquer estudante pode carregar virtualmente diversos livros e dicionários sem se preocupar com o peso das obras em sua mochila. Atualmente, é possível sublinhar ou traduzir palavras em livros digitais sem danificar permanentemente as obras – o que acontece com livros físicos.

Por fim, a leitura em meios digitais evita o consumo de papel para a impressão das páginas, o que afeta positivamente o meio ambiente. Segundo a organização internacional Water Footprint Network (WFN), uma única folha de A4 necessita de 10 litros de água para a sua produção. “Tudo é uma questão de costume. O livro em papel continuará a existir. Resta saber o que valerá a pena ser impresso”, esclarece Benita.

Vencendo resistências

A resistência à leitura em meios digitais ainda é grande, principalmente entre adultos. “O principal medo vem do desconhecimento da tecnologia. Isso não acontece com as novas gerações, pois nasceram com os equipamentos em suas mãos e vão aprendendo a tirar o melhor proveito deles”, assinala.

Para pessoas desacostumadas com a tecnologia, Benita sugere uma aproximação com livros digitais aos poucos. “Quanto aos ‘imigrantes digitais’ recomenda-se calma e mente aberta, pois não é tão complicado como muitas vezes pode parecer. Daí a necessidade de muitas atividades de proximidade, que incluem também mostrar as funções escondidas desses aparelhos e lembrar que eles existem para melhorar a nossa vida”, orienta.

Mais leitores digitais
Mas como incentivar, de forma prática, a leitura em meios digitais? Benita sugere a criação de clubes de leitura virtuais usando o Skoob. Outra dica é ensinar o público a criar seus próprios livros. “Para isso, existem muitos aplicativos e sites interessantes, basta pesquisar”, conta.

Veja também:
Aplicativo possibilita publicar livros na internet e mobiliza jovens
– 7 dicas para incentivar a leitura de crianças e jovens

Segundo Benita, o incentivo à leitura em meios digitais também exigirá um maior barateamento dos livros digitais e a introdução de equipamentos digitais de leitura nas bibliotecas e escolas públicas – algo ainda praticamente inexistente. Outro ponto é a formação de mediadores preparados para ensinar a leitura em plataformas digitais, que podem ser professores, pais, bibliotecários e agentes de leitura. “E precisamos, claro, melhorar a internet no Brasil, que ainda deixa muito a desejar”, finaliza.

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Talvez Você Também Goste

Emenda do Fundeb ameaça reajuste salarial dos professores

Segundo especialista, mudança no texto pode afetar recursos para pagamento de pessoal na educação

Obra de Tomie Ohtake ajuda a trabalhar arte abstrata na educação básica

A partir do acervo e da trajetória da artista é possível explorar o processo criativo, o papel social da mulher e a imigração

Como adaptar jogos eletrônicos para a educação física?

Labirinto com cones simulando Pac-Man é uma das opções para escolas com poucos recursos

Receba NossasNovidades

Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.