A leitura cria condições importantes para viabilizar o protagonismo de crianças e jovens, além de desenvolver outras competências. Há uma associação direta entre ler livros e desenvolvimento humano, de acordo com entrevistados pelo NET Educação. Nesta sexta-feira (18/4), é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil. Já no dia 23 de abril, é lembrado o Dia Mundial do Livro, instituído pela Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco).

“Quando existe domínio da leitura, há possibilidade de a criança e o jovem complementarem o conhecimento da escola, e de confrontarem informações que recebem. Ao obter conhecimento teórico e capacidade crítica, podem também se desenvolverem profissionalmente”, afirma a mestre em psicologia social pela PUC e gerente de projetos do Instituto Pró-Livro, Zoara Failla.
 
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Para a representante do Instituto Unibanco, Mirela Carvalho, a leitura gera um exercício de introspecção “que permite nos libertarmos de algumas amarras. Gera a capacidade do saber ouvir, e então estar aberto para o que é proposto na obra. Se desarmar dos modelos de raciocínio e aprender sobre o autor que escreveu”, pontua ela, que também citou o desenvolvimento da tolerância, possibilitando enxergar com olhar mais cuidadoso a experiência do outro.
 
“Estamos falando mesmo de leitura?”, pergunta Mirela de forma retórica. “Porque essas características são base de uma vida democrática. Assim, a leitura traz para a gente esse ferramental. Não só crescer intelectualmente, mas viver em sociedade. A leitura contempla o melhor sentido de educação integral”, completa.
 
Além da ampliação do vocabulário, ainda outros benefícios podem ser considerados como o acesso a cultura e momentos da história humana, a capacidade de concentração, do estar sozinho e o estímulo à imaginação. “O leitor, a partir de suas experiências e referenciais, e a descrição daquilo que está sendo proposto pelo autor, imagina como é o personagem. Há uma troca muito interessante, porque desenvolvo a minha criatividade. Na televisão, as imagens estão prontas e acaba não exercitando isso”.
 
Estímulo ao livro
“Gostar de ler tem uma história”, segundo a representante do Instituto Paulo Montenegro, que atua com mobilização comunitária, Ana Lúcia Lima. “A pessoa que mais influencia nisso é a mãe em primeiro lugar. Depois a professora”, lembra ela.
 
Zoara concorda que diante de um mundo cada vez mais digital, com muitos atrativos visuais e interativos como as redes sociais, “um mediador que apresente o fascínio da leitura é fundamental, para que crianças e jovens consigam descobrir que a leitura pode ser muito gostosa. Levá-los a encontrar outros mundos”.
 
O estímulo pode começar com ter livros dentro de casa e o costume de fazer leituras para as crianças dormirem. Dar livros de presente também é uma opção, já que crianças e jovens “desenvolvem valores a partir das referências e dos exemplos. Tanto faz se no formato impresso ou digital”, diz Zoara. (Veja aqui 12 passos para que seus filhos se tornem bons leitores).
 
“O livro me parece que ainda é visto como um ‘objeto sagrado’ e deveria passar a ser algo do dia a dia. Leitores plenos serão cidadãos plenos para conviver”, acredita o secretário executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), José Castilho Marques Neto.
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