Investir ou não investir no funcionário? Desenvolver a independência dos colaboradores é uma ameaça ou uma oportunidade para que eles cresçam e contribuam para o desenvolvimento da organização? O aumento por solicitações de consultorias, palestras e seminários para motivar os funcionários, incentivando-os a inovar e a empreender, mostra que essa discussão está ficando no passado e que as empresas estão cada vez mais investindo no intraempreendedorismo. Isso significa valorizar colaboradores articulados e criativos e estimular os funcionários a apresentarem suas ideias.

Engana-se quem pensa que adotar essa postura significa dar aos colaboradores a chave para ele deixar a empresa e montar seu próprio negócio. Para o professor e consultor de empreendedorismo Carlos Dornelas, essa opção só será feita se esse for o desejo da pessoa. “Ao contrário, aqueles que ficam e desenvolvem seu lado empreendedor contribuem muito para o crescimento das organizações.” Por isso a importância de as empresas criarem políticas que visem valorizar, reconhecer e aproveitar o colaborador empreendedor.

Só assim as companhias vão dar abertura para que as pessoas se sintam à vontade para empreender no local de trabalho. “É mais vantajoso investir no funcionário, ganhando assim um colaborador motivado e criativo, do que permanecer estagnado e sem aliados que possam oferecer novos horizontes em períodos de crises”, afirma Dornelas.

Clima empreendedor

Segundo o consultor Renato Fonseca, o mais importante no intraempreendedorismo é a construção de ambientes que estimulem a criatividade e um comportamento proativo. “É preciso haver conexão entre as pessoas para que elas promovam a articulação de forma coletiva. Essa é a única maneira eficaz de empreender e transformar ideias em realidade.” Ele ressalta que a utilização de ferramentas digitais, como as redes sociais internas, são recursos que ajudam a promover dinâmicas entre os funcionários, como programas e fóruns de discussões, o que estimula o surgimento de ideias inovadoras e de soluções para eventuais problemas da organização.

No entanto, para conseguir manter uma equipe empreendedora, cada membro precisa se sentir recompensado. A organização deve elaborar um plano de ação que tenha a ver com a sua realidade. Para Dornelas, não existe uma fórmula. “Nem sempre modelos de sucesso e admirados por muitos, como Apple, 3M e Google, devem ser seguidos. Eles podem dar errado em uma outra realidade.” O que funciona, diz, é fazer um “Raio-x personalizado” do quadro da organização e planejar o que ela busca.

E, se a base do intraempreendedorismo são as pessoas e os processos, é preciso focar nesses dois pilares. Ao analisar as dinâmicas internas, deve-se estimular o comportamento empreendedor, a atitude das pessoas de “fazer acontecer”, de ter objetivos e de ir atrás para realizar suas ideias. Quando o assunto são os processos, a empresa deve criar formas de desenvolver o empreendedorismo na equipe. Só assim chega-se aos processos necessários para que os colaboradores inovem e possam ajudar a organização a assumir patamares maiores e novos mercados.

O intraempreendedorismo além da empresa

Promover o intraempreendedorismo, ou seja, o empreendedorismo organizacional, é estimular o “corpo” de uma empresa a aplicar as características empreendedoras. Por isso, é importante compreender que ele pode estar presente em qualquer comunidade. Em uma empresa, em uma ONG ou em uma instituição de ensino. Nas escolas, por exemplo, quando um professor ou um aluno propõe um novo método, ele já está praticando o intraempreendedorismo. Basta pensar que, na medida que ele vai trabalhar com algo diferente e sabe que tem espaço para apresentar suas ideias, ele terá de exercer suas habilidades empreendedoras. Isso significa fazer orçamentos, criar objetivos, realizar conexões sociais internamente ou na sua rede pessoal e mostrar suas habilidades de gestão.

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