Aulas experimentais facilitam a aprendizagem de conteúdos de física e química. Contudo, dados do Censo Escolar de 2017 mostram que apenas 3,3% das escolas públicas de ensino fundamental possuem laboratório de ciências. No ensino médio, apenas 39,2% das instituições contam com esse recurso.

Para ajudar a driblar o problema, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) oferece, desde 1997, o Laboratório de Experimentação Remota (RExLab), que pode ser acessado por escolas públicas de todo o país. Por meio da internet, a iniciativa sediada na cidade de Araranguá (SC) disponibiliza experimentos online, que podem ser manipulados por qualquer computador ou dispositivo móvel.

Painéis elétricos, ambiente para o desenvolvimento de Arduíno, microscópios, condução de calor por barras metálicas e conversão de energia luminosa em elétrica são alguns dos experimentos disponibilizados gratuitamente. Isso possibilita ao professor trabalhar conteúdos diversificados por meio da robótica e de experiências mão na massa.

O painel solar fotovoltaico presente no laboratório pode ser operado a distância por escolas de todo o Brasil. (crédito: divulgação)

 

“O objetivo do RExLab é difundir ciência e tecnologia, proporcionando a ampliação do contato da sociedade com estas áreas, por meio de recursos de baixo custo”, resume o coordenador geral da iniciativa, Juarez Bento da Silva. “O RExLab trabalha prioritariamente com soluções que possam ser replicadas e utiliza software livre, além de hardware e conteúdos digitais abertos “, apresenta.

Tecnologia em aula

Para contribuir com as escolas, o RExLab possui o Programa de Integração de Tecnologia na Educação (InTecEdu). Ele atua em duas frentes: capacita professores da educação básica em relação às tecnologias digitais e oferece alternativas para integrá-las às atividades didáticas.

Estudantes utilizam ambiente virtual de aprendizagem do Rexlab (crédito: divulgação)

 

“A capacitação dos docentes acontece por meio de cursos semipresenciais e online, minicursos, oficinas e palestras que abordam temas e estudos de casos referentes à integração da tecnologia na educação”, orienta Juarez Bento da Silva.

“Já a incorporação das inovações ocorre por meio da disponibilização de conteúdos didáticos abertos online, via Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem (AVEA). Eles serão complementados pela interação com o laboratório remoto”, aponta.

Eletrônica e robótica estão entre as atividades oferecidas às escolas cadastradas no programa (crédito: divulgação)

 

Para acessar o programa ou fazer parte da formação do RExLab, os professores devem contatar via site. Atualmente, 14 escolas de educação básica da rede pública de ensino de Santa Catarina e de Minas Gerais utilizam o AVEA. “Isso corresponde a 41 professores, 165 turmas e 5.723 alunos”, comemora o coordenador.

Em 2017, o RExLab foi condecorado com o Prêmio Internacional de Melhor Laboratório pelo Global On-line Laboratory Consortium. Para Silva, o laboratório é um exemplo de como a universidade pode contribuir com a educação pública.

“A pesquisa e a extensão realizadas pelas instituições não privadas de ensino obrigatoriamente devem ir para a sociedade, que paga os seus custos. Procuramos entregar esta pequena parcela às pessoas”, finaliza.

4 Comentários
mais antigo
mais novo mais votado
Inline Feedbacks
View all comments
José Isoppo
José Isoppo
6 anos atrás

O RexLab sem dúvidas é um dos melhores laboratórios de experimentação remota quando se trata de testar conhecimento.

Avatar
Joao Card
6 anos atrás

Prestígio muito bem vindo para o RExLab. O conhecimento e atividades disseminadas são excepcionais.

Avatar
Dione Candia
6 anos atrás

Louvável estes projetos do RexLab, em conexão com as escolas, disseminando conhecimento.

Vera Lucia Barbosa
Vera Lucia Barbosa
5 anos atrás

A minha escola não tem laboratório mas quero fazer parte da formação do RExLab . Sou professora da Educação Básica no curso FII. Acredito que com experiências mão na massa, vai facilitar a aprendizagem , mais animação e motivação nas minhas aulas até na feira de conhecimentos científicos.

Talvez Você Também Goste

13 dicas para criar uma peça de teatro com os alunos

Professores recomendam trabalhar com jogos, improvisações, literatura e música no processo criativo

Como ensinar ginástica na educação física escolar?

Professoras indicam 8 possibilidades para desenvolver com alunos do ensino fundamental

11 formas de acolher o aluno com síndrome de Tourette

Ambiente inclusivo evita que estudantes sofram com bullying e dificuldades de aprendizagem

Receba NossasNovidades

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.