Quando os computadores ficaram pequenos e mais baratos, eles se popularizaram e viraram parte imprescindível da vida cotidiana. O mesmo processo aconteceu com a telefonia e os dispositivos móveis, e em algum tempo devemos presenciar a popularização da produção de outros objetos, como móveis, utensílios e roupas, dentre muitos outros.

Um dos caminhos para que isso aconteça é a presença cada vez mais abrangente dos chamados Fab Labs (Laboratórios de Fabricação), que disponibilizam para o público em geral máquinas de última geração antes restritas apenas a grandes instituições, como impressoras 3D e máquinas de corte a laser. A ideia é montar uma rede global de laboratórios de ponta onde pessoas comuns aprendam e apliquem conceitos de criação, design e engenharia para produzirem o que imaginarem!

A iniciativa surgiu no Massachusetts Institute of Technology, o MIT, nos Estados Unidos, e agora chega com força ao Brasil. O primeiro núcleo brasileiro foi criado em dezembro de 2011 na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, onde já foram realizados alguns eventos e workshops, com coordenação do professor Paulo Eduardo Fonseca de Campos. A próxima etapa é consolidar o espaço como ambiente permanente de formação e produção.

Heloísa Neves, coordenadora da rede Fab Lab Brasil, explica que a ideia é ensinar qualquer pessoa que se interesse pela fabricação de produtos e objetos de forma colaborativa e priorizando a prática, para só depois consolidar a teoria. O Fab Lab Brasil coordena a rede de laboratórios já existentes e também os que pretendem se instalar no país.

Confira mais detalhes no vídeo:

 

https://youtu.be/fNFdhANbvFM

 

O criador do conceito dos Fab Labs é Neil Gershenfeld, professor do MIT. Nesta semana, ele esteve no Brasil e conversou com os primeiros integrantes do Fab Lab Brasil, além de curiosos e interessados no assunto. Para Gershenfeld, estes laboratórios devem funcionar como grandes bibliotecas onde as pessoas possam ir, aprender e produzir. Esta produção pode incluir até a fabricação de outras máquinas que difundam ainda mais os laboratórios, levando a ideia para diversas regiões.

“Os projetos da rede Fab Lab estão empoderando e educando as comunidades onde se instalam”, afirmou o professor americano. “Eles dizem respeito à invenção e acabam virando ponto de encontro de pessoas criativas que não se acham em outras instituições formais”, acrescentou.

A rede, que já está presente em mais de 20 países, oferece cursos virtuais a respeito de diversas etapas da produção de objetos e até mesmo de máquinas. Para participar dos cursos, é necessário frequentar também atividades presenciais, já que a prática tem papel central na dinâmica de aprendizagem dos Fab Labs.

Fab Lab Kids estreia em Guarulhos

Logo após a inauguração do primeiro Fab Lab no Brasil, na USP, surgiu o Fab Lab Kids, ramificação do projeto dedicado à educação de crianças em Guarulhos-SP. A segunda edição do programa, que acontece na forma de eventos temporários, está prevista para setembro.“Desta vez, as crianças estão dando ideias do que gostariam de construir. São elas que apresentam a proposta”, adianta Heloísa. Por enquanto, o evento de Guarulhos é fechado e recebe apenas algumas crianças selecionadas pela prefeitura. “Ainda não existe infraestrutura para receber muitos participantes, mas a ideia é fazer com que o Fab Lab Kids cresça pela cidade e alcance a todos”, complementa.

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