“Você iria a um dentista que usa equipamentos do século passado? Então, por que insistimos em um sistema educacional do mesmo período?”. Foi com essa interrogação que Marjo Kyllönen, gestora Educacional na Divisão de Educação Geral de Helsinki (Finlândia), abriu o Transformar 2015 — evento que discute inovações na Educação no Brasil. 

Para a professora, a escola do futuro deve investir numa abordagem holística e estimular o aluno a se apropriar do processo de aprendizagem. “Incentivamos os professores a fazerem experimentos uma vez na semana, para mudar suas práticas de ensino em sala de aula. Não podemos ter medo de errar, pois aprendemos com os erros”, assinala.
 
Marjo também defendeu a educação baseada em fenômenos reais. “A vida não é dividida por disciplinas. Nesse novo tipo de aprendizagem, o papel do aluno é ativo, do planejamento até a realização do projeto”, explica. “Também não devemos nos preocupar com provas. Devemos focar no processo de aprendizagem, e não no resultado final”, acrescenta. 
 
Escolas conectadas
Bons exemplos sobre o uso da tecnologia na Educação vieram do Uruguai, que desde 2007 investe em um programa nacional contra a exclusão digital. O primeiro passo foi conectar as escolas à Internet, por meio de cabos de fibras óticas e, em locais onde isso não era possível, por satélite, 3G e 4G. Somente após as escolas estarem em rede é que foram distribuídos laptops e tablets para os alunos.
 
“Os professores foram treinados e as escolas ganharam assistência técnica, pois descobrimos que muitos pais não possuíam tempo ou dinheiro para levar os aparelhos que quebravam ao concerto”, conta Gonzalo Pérez Piaggio, gerente Geral do Centro Ceibal.
 
Com a tecnologia em mãos, foram desenvolvidas plataformas de matemática, biblioteca virtual, laboratório digital, jogos educativos, entre outros. A tecnologia também foi utilizada para suprir antigas necessidades. “Faltavam professores de inglês, então, passamos a ministrar as aulas por videoconferência. Toda a pedagogia teve que ser repensada, pois se tratava de uma aula em que o professor não estava fisicamente presente e em uma classe em que ninguém sabia inglês”, pontua.
 
A carência de livros didáticos foi resolvida pela biblioteca virtual. Para completar, as escolas passaram a investir em avaliações online de matemática e ciências. “Antigamente, os resultados demoravam semanas para chegar. Hoje o professor já os tem em mãos assim que o último aluno finaliza o teste”, descreve. 
 
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