Para vender um produto, é necessário um vendedor e um comprador. A ação se efetiva apenas com a presença desses agentes. Já para haver aprendizado é necessário o educador e o aluno, no entanto, não é possível a garantia de que o estudante está realmente absorvendo o ensino transmitido. Por conta disso, é necessário despertar nos estudantes encantamento e curiosidade.

A associação foi feita por Luciano Meira, professor de psicologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “Precisamos construir um DNA da aprendizagem, baseado em diversão, diálogo, desafio, narrativa e aventura. Tecnologia sozinha e mais dinheiro para educação não vão resolver”, afirmou ele, durante sua apresentação no InovaEduca3.0, evento de tecnologia e educação que aconteceu em São Paulo (SP), na segunda-feira (1/10). Meira participou da mesa de discussão “Como Implementar Inovação na Escola num Mundo Impulsionado pela Tecnologia”.

Também participante do debate, a professora e pesquisadora do CNPq na área de tecnologia educacional, Vani Kenski pontuou que é importante a utilização de novas metodologias pela escola. “Com a estrutura atual das instituições de ensino, que é arcaica, não é possível fazer inovação. A escola coloca o ônus todo dentro da sala ao culpar o professor por aulas desinteressantes. Não podemos deixar apenas na mão do docente”, disse.

Alexandra Okada, pesquisadora de recursos educacionais abertos no Knowledge Media Institute The Open University, no Reino Unido, acredita que inovar requer reflexão, e, para isso, o que ajudaria é a adoção da concepção de co-aprendizagem, na qual alunos e professores podem construir em conjunto. “Minha formação foi no ITA, meu pai sequer completou o ensino formal, mas conseguimos fazer uma produção, os dois assumindo papéis de mediadores. Não haver barreiras é o caminho para a nova educação”, refletiu.

Parece difícil para a escola e leva tempo, mas Meira deixou a dica com mais uma associação. “Os economistas dizem para não investir todo o dinheiro em algo de risco. Assim, o tempo na escola poderia ser dividido em 50% dedicado a inovar radicalmente e a implementação de experiências, já a outra metade em melhorias graduais.”

Universidade 3.0
Sobre as universidades, Gil da Costa Marques, superintendente de Tecnologia da Informação da Universidade de São Paulo (USP), comentou que as tecnologias digitais acabaram com as fronteiras. Segundo ele, três tendências são irreversíveis no meio universitário: colocar a disposição a produção científica, compartilhar isso, e produção de cursos em larga escala. No site da USP, estão disponíveis videoaulas. Confira aqui.


Debate reúne especialista em tecnologia e educação em São Paulo 

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