Se por um lado instituições e docentes buscam cada vez mais adotar as tecnologias nas atividades de aprendizagem como forma de melhorar a qualidade das aulas e envolver os estudantes, por outro ainda se questiona como deve ser essa inserção e quais as ferramentas têm os melhores resultados pedagógicos. Não são poucos os pontos para levar em consideração: essa decisão envolve questões como o planejamento da escola e sua pedagogia, a idade e o perfil do aluno, além da familiaridade do professor com a ferramenta escolhida.

Para entender como os docentes veem esses questionamentos, o Instituto Claro realizou, aqui no portal e na nossa página no Facebook, duas enquetes: “Os alunos devem participar da escolha das ferramentas digitais que serão usadas nas aulas?” e “Como a tecnologia deve entrar em um projeto educacional inovador?”.

Na pergunta que buscava entender o papel do estudante, a resposta mais votada, com 48%, foi aquela que apontava que o aluno deve participar da escolha para se sentir motivado. Para exemplificar a importância de incluir os estudantes nas decisões, Cristiana Assumpção, coordenadora de Tecnologia Educacional do Colégio Bandeirantes, em São Paulo, conta que muitas das atividades e ferramentas levadas para as salas de aula da instituição hoje são escolhidas com a colaboração dos alunos, em enquete anual realizada pelo colégio. Cristiana afirma que esta é uma excelente forma de a escola conhecer mais o universo dos alunos e prepará-los para os desafios do mundo conectado.

Confira o resultado das enquetes

Tecnologia e autonomia

Na enquete que perguntava a melhor forma de integrar a tecnologia em um projeto educacional inovador, a opção mais votada, com 75% dos votos, foi a que dizia que ela dá ao estudante autonomia para produzir e compartilhar conhecimento. Cristiana observa que esse expressivo resultado vai ao encontro de uma tendência mundial. “O aluno tem a necessidade de escolher a ferramenta que vai utilizar, mas o professor continua tendo um papel fundamental na hora de ajudar o estudante a criar autonomia”, afirma.

No entanto, a coordenadora ressalta que não existem ferramentas capazes de ajudar um educador a controlar uma sala de aula em que cada aluno escolhe o que usar. Ou seja, é necessário que o professor faça cortes e escolhas de acordo com as demandas de conteúdo e dos estudantes, que são cada vez mais críticos em relação às tecnologias.

Professor de informática da Escola Municipal Eunice dos Santos, em Pirituba, Marcelo Santos diz que esse questionamento começa cada vez mais cedo: ele trabalha com crianças de 4 a 5 anos e constantemente é questionado sobre o por quê da utilização de uma ferramenta, e não de outra. “A tecnologia já faz parte do mundo delas, e elas se sentem à vontade neste mundo”, aponta ele.

Professor cria ferramentas próprias

O professor Marcelo Santos utiliza softwares criados por ele mesmo em suas aulas

Uma opção que alguns professores estão encontrando para driblar a ausência de ferramentas compatíveis com suas realidades é o desenvolvimento de seus próprios softwares e aplicativos, mais adequados para suas realidades. É o caso do professor Santos, que apesar de utilizar as ferramentas oferecidas pela prefeitura, diz que nem sempre elas correspondem ao universo da escola. Por isso, já desenvolveu três soluções, incluindo um editor de texto voltado exclusivamente para crianças dessa faixa de idade. Todas estão disponíveis para download gratuito no seu site, o Apertaqual Educação.

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