As enquetes do portal do Instituto Claro, também adaptadas ao Facebook, são uma importante janela de comunicação com a rede da qual fazemos parte. Mais do que revelar as opiniões dos usuários por meio de questões de múltiplas escolhas, elas apontam padrões de comportamento do nosso público em relação ao uso das tecnologias nos ambientes de ensino e aprendizagem formais e não formais. Ao analisar resultados de 12 enquetes já realizadas, fica bastante claro que professores, gestores e educadores em geral, da nossa rede, valorizam o uso das TICs na educação.

A maioria, inclusive, conta já ter tido experiências práticas de uso da tecnologia em sala de aula, como corrobora a resposta vencedora da enquete que questionou se os professores utilizavam as TICs em seus planos de aula. Mais da metade, 51%, respondeu que “independentemente das diretrizes da escola, busca usar as tecnologias em sala de aula.” O panorama geral das enquetes aponta ainda que grande parte do avanço das TICs entre o nosso público pode ser creditada a iniciativas empreendedoras, que não estão necessariamente sob o currículo das instituições, mas são abraçadas por profissionais pró-ativos: os mesmos que acreditam ainda haver muito a ser melhorado em termos de estrutura e de metodologias para que as TICs tenham seu potencial realmente explorado na educação.

Leandro Bevilacqua

Principalmente na questão do planejamento curricular e na formação de educadores para o uso das tecnologias, as respostas com mais adesões nas enquetes transparecem a crítica. Em diferentes edições, mais de 30% dos que participaram citam o despreparo de gestores e educadores como obstáculo na implementação de práticas inovadoras. Além disso, a maioria da nossa rede concorda que grande parte dos professores se mostra resistente ao uso da tecnologia na educação, principalmente por causa do apego a metodologias mais tradicionais de ensino e pela falta de conhecimento prático sobre o uso das TICs na sala de aula.

Em uma das reportagens sobre o resultado das enquetes em que os obstáculos foram destacados, a professora de tecnologia educacional Lilian Siqueira analisou que há pouco fundamento nessa resistência e destacou: uma vez que a nova tecnologia esteja estabelecida, assim como a familiaridade com os recursos digitais, o fluxo na sala de aula passa a envolver muito mais o aluno, fazendo o trabalho do professor ser o de orientar, em vez de criar conteúdos imensos para cada aula.

Tecnologia como meio 

Divulgação

Cristiana Assumpção defende maior participação do aluno nos processos que contemplam TICs

Dos aspectos que puderam ser extraídos a partir das enquetes analisadas, um que mostra a percepção dos votantes sobre o papel das tecnologias na educação é a concordância, por parte da maioria, de que a tecnologia funciona como um meio para aprimorar o ensino, e não como fim. As atividades com TICs em sala não devem, na opinião deles, consistir apenas em usar a tecnologia, mas sim fazer que os alunos criem , compartilhem e aprendam por meio delas. Isso ficou bastante explícito na enquete que questionava “Como a tecnologia devem entrar em um projeto educacional”, onde o expressivo número de 75% de votantes indicou que o caminho era usar as TICs como meio para este aprendizado crítico e que tem o aluno como coautor dos processos criativos e colaborativos.

Cristiana Assumpção, coordenadora de Tecnologia Educacional do Colégio Bandeirantes, é uma das gestoras/educadoras que fazem parte da nossa rede e que defendem a participação ativa dos alunos na criação e no desenvolvimento de projetos com as TICs. Ela, inclusive, considera imprescindível que o aluno tenha a possibilidade de escolher a ferramenta que vai utilizar, e defende que isso pode ser feito sem que o que professor perca o seu papel fundamental de orientar, de conduzir as atividades para que resultem numa experiência enriquecedora.

Professor mais próximo do aluno

Divulgação

Educador João Mattar afirma que hoje o educador deve agir como orientador

Os dispositivos móveis são reconhecidos como ferramentas de extrema relevância pela nossa rede. Não apenas pelo potencial que carregam para a comunicação dinâmica, mas também por serem tão presentes no contexto das novas gerações.

Os notebooks ainda são preferidos entres os dispositivos tecnológicos para a sala de aula pelos público e, entre ambientes web, os sites educativos são considerados os mais produtivos para as atividades pedagógicas. Entretanto, outros dispositivos móveis, como tablets e celulares,  já são bastante valorizados pelos que responderam às questões, assim como as redes sociais quando se fala em ambientes. Foi o que ficou evidente em duas das enquetes realizadas.

Twitter e Facebook são as principais redes sociais escolhidas para o uso em sala de aula pelos educadores que frequentam o portal do Instituto Claro, o que reflete a preocupação em participar de ambientes em que os alunos já estão inseridos, levando a aprendizagem para espaços em que eles se sentem confortáveis. O professor e pesquisador João Mattar, em avaliação do resultado de enquetes que trataram de redes sociais, ponderou que embora seja fato que as novas gerações tenham um contato gratuito e intenso com as informações e com as redes na web, isso não significa que elas saibam lidar com as mesmas de forma crítica, e ainda é aí que o professor pode fazer toda a diferença.

Gestão com TICs

Mais que reconhecer as TICs como importantes aliadas do processo pedagógico, as enquetes revelam que elas são aprovadas também como ferramentas de gestão. Em opções de respostas que tiveram muitos votos, a opinião sobre ambientes que permitem o compartilhamento de arquivos “na nuvem”, como o Google Docs, mostrou que estes são vistos com excelentes meios de se aumentar a mobilidade em questões administrativas e até de reduzir custos em instituições, uma vez que diminui custos com hardwares, programas e manutenção.

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Leia mais:

Formação de gestores e educadores é apontada como obstáculo ao uso das tecnologias na educação

Na aprendizagem, sites educativos são ambientes da web mais bem-vindos

Notebook é o dispositivo móvel preferido para a sala de aula

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