Com as tecnologias da informação e comunicação, vídeos fazem parte das salas de aula sem que o professor sequer se dê conta. Estão nos celulares dos estudantes e podem ser acessados a qualquer instante. Inserir recursos audiovisuais com viés didático no contexto da classe, portanto, é buscar envolver os educandos por meio de um formato com o qual eles interagem constantemente.
Para falar sobre a série “Histórias do Brasil”, parceria do Instituto Claro com as Conspiração Filmes, realizamos uma twittentrevista com o historiador e professor Luciano Figueiredo, que edita a Revista de História da Biblioteca Nacional e atuou como consultor da série. São dez episódios que abordam a história do país do período colonial até os dias atuais e você pode assistir tudo na íntegra aqui no portal. Abaixo, você confere as perguntas e as respostas publicadas no @institutoclaro e @RHBN.
Instituto Claro – História do Brasil no currículo escolar é disciplina teórica. A cultura digital pode torná-la mais “prática”. Por onde professores devem começar?
Luciano Figueiredo – História do Brasil é disciplina empírica também. Sites de arquivos bibliográficos e blogs são ótimos.
Cena da série aborda a “Guerra pelo Açúcar” no período colonial
Instituto Claro – Aulas de história com recursos audiovisuais podem ser mais dinâmicas, mas o que deve compor a aula além das exibições?
Luciano Figueiredo – Muita explicação do professor, exemplos que falem do cotidiano, textos de época e visita a museus.
Cristiano Rabelo (@Cristianoprofes) – Por que ainda, mesmo novatos na escola, insistimos no método cronológico factual para ensino? É um problema curricular?
Luciano Figueiredo – A cronologia é fundamental, pois cria referência para alunos. A crítica e análise ficam como desafio ao currículo.
Instituto Claro – Como historiador e também educador, que importância você vê em recursos tecnológicos que auxiliam o processo de ensino/aprendizagem?
Luciano Figueiredo – São grandes ferramentas, mas não dispensam a troca com os alunos. Filmes, documentários precisam ser debatidos. Ideal é criar junto com a tecnologia.
Mary Del Priori é uma das pesquisadoras entrevistadas
Instituto Claro – A série “Histórias do Brasil” apresenta dez episódios. Você sugere seguir a ordem dos episódios ou a discussão pode ser não linear?
Luciano Figueiredo – É bom seguir a ordem para aproveitar toda a riqueza da formação do Brasil. Mas dependendo do uso, fica divertido fora de ordem também.
Thiago de Rezende (@threz80) – Como foi o envolvimento da Revista de História da Biblioteca Nacional no projeto da série?
Luciano Figueiredo – Ajudamos no roteiro, entrevistas, edição. Foi uma parceria rica que contribuiu para uma visão atualizada que se juntou à criatividade.
Instituto Claro – No episódio 2, temos uma certa desmistificação da imagem do “senhor de engenho”. Nos livros didáticos há muito a ser revisto?
Luciano Figueiredo – Sim. Muito para rever. Toda a série desconcerta ideias básicas que temos da história. Outro episódio da série aborda as mulheres, mostra que não eram tão passivas.
Episódio 9 destaca JK e controvérsias na construção de Brasília
Instituto Claro – Outros mitos mais recentes, como os anos de completa estabilidade dos anos JK, também são confrontados na série. Há outros mitos a destacar?
Luciano Figueiredo – A estratégia dos trabalhadores sob Vargas, a resistência escrava, a unidade nacional na guerra do Paraguai. Muita novidade.
Carolina Ferro (@CarolHistory) – A Revista de História da Biblioteca Nacional tem planos para outros projetos educativos?
Luciano Figueiredo – Estamos sempre atuando. Preparamos encartes para ajudar professores a usar a revista e para todas as escolas brasileiras que o MEC assina.
Ricardo Pimenta (@RicardoMPimenta) – Como você vê a utilidade da série para o ensino básico no dia a dia?
Luciano Figueiredo – A série pode trazer o lúdico para a sala de aula, temperado com humor e surpresas em história de carne e osso. Tudo o que a história deveria ser.
Formas de combate podem ter sido incrementadas por Calabar
Instituto Claro – Personagens controversos da história do Brasil, como Calabar, têm suas histórias abordadas na série. O que você sugere observar nelas?
Luciano Figueiredo – É deliciosa a entrevista de Evaldo Mello quando ele diz que Calabar era um contrabandista! Vale perceber como mitos deixam de ser mitos.
Instituto Claro – Para o público geral, que aspectos da série “Histórias do Brasil” você destaca como mais interessantes?
Luciano Figueiredo – A fotografia, as entrevistas e a qualidade do roteiro. Esperamos que todos gostem da imaginação histórica na TV.
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