Professor da USP José Moran pontua como planejar uma aula mais
interativa e criativa (Crédito: Sala Aberta/Arquivo pessoal)
 
"Uma boa aula é onde o professor ouve mais e fala menos". Essa é a opinião do professor da Universidade de São Paulo (USP) especializado em Educação e Comunicação, José Moran. Para ele, o papel do professor é ampliar a percepção que o aluno teve após pesquisar sozinho e interagir com seus pares. "O aluno deve se expressar e produzir. O professor ajuda solucionando as dúvidas que aparecem", complementa.
 
Conheça essa e outras dicas que o especialista abordou em sua palestra "A importância de uma boa aula – como utilizar materiais didáticos digitais e planejar uma aula mais interativa e criativa?", nesta quarta-feira (18/5) no Bett Brasil Educar 2016.
 
Aula invertida, mas com tecnologia
No passado, o professor era o único detentor do conhecimento. Hoje, com a tecnologia, as coisas não funcionam mais assim. Uma saída para dinamizar os encontros é investir na aula invertida, onde os alunos pesquisam o básico da matéria em questão previamente.
 
"O aluno faz o  que  professor fazia antes, que é explicar o básico. E esse básico está disponível hoje em diversas formas na internet. O tempo em sala de aula é usado para ampliar o tema e para realizar atividades mais interessantes. A pergunta que o professor deve fazer é: até onde o aluno consegue ir sem mim? A partir disso, sua função é mais de orientação", defende. 
 
Presencialmente, o professor deve investir em atividades nas quais o aluno interaja com seus pares e aproveitar esse segundo momento para ampliar o conhecimento construído por todos. 
 
Estratégias de personalização
A personalização da aula é encontrar o roteiro certo que desperte o interesse e a motivação dos alunos. Para isso, é necessário conhecer com profundidade esses interlocutores. "O que os alunos estão procurando na aula? Eles falam isso implicitamente e explicitamente. Essa comunicação com o professor tem um sentido de acolhimento: eu me interesso pelo o que você quer e estou disposto a ajudar", diferencia.
 
Para uma boa aula, o roteiro deve ser aberto às propostas dos alunos. "Ao invés de simplesmente impor, faça as negociações possíveis. Adapte a proposta inicial às condições e necessidades deles. Os alunos, por exemplo, podem contribuir com o conhecimento de novas tecnologias, que eles geralmente manejam melhor que os professores", exemplifica.
 
Adaptando os sistemas de ensino
E o que fazer quando a escola possui um sistemas de ensino pré-estabelecido? Para Moran, os sistemas podem ser interessantes para o professor quando usados como apoio. "Se o sistema for o caminho único, não levará a autonomia do professor. E se o professor não for autônomo, não ajudará o aluno a ser também", defende. "Em outras palavras, a educação não é somente o conteúdo a ser ensinado ", complementa.
 
Compartilhamento
Outro ponto importante é valorizar o que o aluno produziu. Nesse sentido, as redes sociais podem ser uma ferramenta importante, além de ajudar a estabelecer os alunos como co-autores do processo.
 
"Os alunos usam as redes sociais no dia a dia, ou seja, é do interesse e da realidade deles. Como a escola proíbe isso? A ideia do compartilhamento deve ser incorporada por professores e gestores", finaliza. 
 
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