No campo educacional, as tecnologias da informação e comunicação (TICS) estão cada vez mais em pauta. A expectativa que os suportes tecnológicos, integrados ao campo da comunicação, possam potencializar os processos de ensino aprendizagem é crescente. Para se ter ideia, no início do ano, Aloizio Mercadante, ministro da Educação, anunciou o investimento de 150 milhões do Ministério da Educação (MEC) na compra de 600 mil tablets para uso dos professores do ensino médio de escolas públicas federais, estaduais e municipais.
A portabilidade não só aquece a oferta de itens tecnológicos, como demanda novas possibilidades interativas, realidade que vem moldando um novo tipo de mercado: o dos livros digitais, também conhecidos como e-books. O NET Educação foi investigar a realidade deste mercado e quais expectativas giram em torno da leitura digital.
Mercado
No Brasil, a venda dos livros digitais começou no final de 2009. Segundo post do site Revolução E-Book, na época, eram encontrados cerca de 300 títulos em português à venda na livraria Gato Sabido. Ainda de acordo com o portal, Saraiva e Cultura aderiram ao mercado entre março e abril de 2010; em 2011, o número de exemplares disponíveis ficava entre 2 a 3 mil.
Nos últimos meses, a oferta de livros digitais mais que triplicou por aqui. Pesquisa realizada pela Simplíssimo, durante o mês de janeiro deste ano, que procurou avaliar, entre outras informações, a composição dos catálogos, formatos disponibilizados e principais gêneros disponíveis, aponta a Gato Sabido como a livraria que mais acumula ebooks à venda, 7.292 exemplares, seguida da Saraiva e Amazon, com 6.058 e 3.849 títulos, respectivamente. A soma dos títulos em 2012 no Brasil chega a 12 mil títulos; em 2011, a disponibilidade era de quatro mil.
Embora o processo esteja no início, há expectativas de crescimento e continuidade ancorados, em grande parte, pelo número expressivo de aparelhos que permitem a leitura dos ebooks. Segundo matéria publicada pelo Diário do Grande ABC, nos três primeiros meses do ano, foram vendidos mais de 370 mil aparelhos no Brasil, número que representa um aumento de 351% em relação ao mesmo período do ano passado.
Nos Estados Unidos, o cenário também é positivo. Durante 3º Congresso Internacional CBL do Livro Digital, realizado em maio deste ano, em São Paulo, Bill McCoy, diretor Executivo do internacional Digital Publishing Forum, revelou que em dois anos o mercado de livro digital passou de zero para um bilhão de dólares nos Estados Unidos. Ainda de acordo com o especialista, 20% das receitas das editoras americanas provêm da venda desses títulos.
Na Europa, a realidade é bem diferente. Os livros digitais possuem baixa penetração no mercado europeu, realidade que pode ser explicada, segundo Henrique Mota, diretor da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (Apel), com base na cobrança de um imposto de 23% sobre as vendas online no continente. O mercado europeu de livros digitais não corresponde a mais do que 2%, enquanto o americano corresponde a 10%. Única exceção à regra é o Reino Unido que, em 2010, alcançou 8% de vendas em livros digitais. Para Mota, a diferença diz respeito à influência norte americana no mercado britânico. Ainda assim, há expectativas de crescimento em relação à penetração do livro digital no mercado europeu.
Projetos
O NET Educação entrou em contato com as editoras Saraiva, Ática, Scipione, Moderna, Edições SM e FTD para entender quais são as iniciativas e os projetos de cada uma na área de livros digitais. Até o fechamento desta matéria, apenas a Editora Moderna se pronunciou, revelando investimento de 2 milhões de reais na área por meio dos selos Editora Moderna, ID e Salamandra. De acordo com a editora, 300 títulos estarão disponíveis ainda no primeiro semestre e a expectativa é que até 2013 todos os livros estejam disponíveis no formato.
Para saber mais:
– Pesquisa revela situação atual dos ebooks no Brasil
– Venda de tablets cresce 351% no País
– Ministério distribuirá tablets a professores do Ensino Médio
