Em um cenário em que a tecnologia passa por mudanças e inovação constantes, Kul Wadha, diretor da Wikimedia Foundation/Wikipédia, defende que sem um ambiente colaborativo é impossível se manter atualizado sobre as necessidades dos usuários. “Até empresas que investem de forma maciça em inovação ficam ultrapassadas em relação à demanda de seus clientes”, afirmou ele, durante entrevista na Campus Party.

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Kul Wadha esteve na Campus Party

Wadha é um dos responsáveis pelas parcerias firmadas entre a enciclopédia colaborativa e empresas e governos, mas faz questão de dizer que todos os que utilizam e editam o site são um pouco donos do negócio. Com 3 bilhões de verbetes na sua versão em língua inglesa e 700 mil em português, a Wikipédia é um dos portais mais visitados da internet.

De acordo com o diretor, o site não pretende se estabelecer como uma unidade centralizadora de conhecimento, e sim mudar a cultura das pessoas em relação à busca de informação. “O site é só o ponto de partida. Queremos que as pessoas utilizem sua inteligência, corram atrás das citações, produzam conteúdos próprios e embasados”, pontua.

Nesse sentido, ele conta que há um forte apelo para que as pessoas colaborem e editem os artigos e os verbetes disponíveis. Estudos revelam, segundo Wadha, que quanto mais pessoas editam um verbete, mais confiável e correto ele fica. “A Wikipédia é um organismo vivo e pulsante e precisa da colaboração de seus usuários.”

Educação em foco

Diversas parcerias com universidades já foram feitas, e professores de Harvard, Stanford, entre outras faculdades de ponta americanas, diz Wadha, têm estimulado seus alunos a produzirem e colaborarem com conteúdos da enciclopédia online. Para ele, essa é uma forma que os professores encontram de incentivar seus alunos a produzirem conhecimento, além de saberem dos benefícios da disponibilização de informação confiável e livre.

De olho nos países em desenvolvimento

Os planos de expansão da Wikipédia passam por países em desenvolvimento. A prioridade número um, conta Wadha, é a Índia, seguida por Brasil e América do Sul e Oriente Médio. “São locais com boa participação no número de acessos e verbetes e que possuem uma grande demanda por informação.”

A meta é abrir escritórios e centros em países estratégicos e buscar parcerias com instituições privadas e o poder público local. Para ele, o acesso à informação deve ser um compromisso de todos. Wadha defende ainda que a imprensa entre nessa nova configuração, mais colaborativa, e contribua com o debate público. “Com mais acesso à internet e ao conhecimento aberto, mais acesso se tem às informações em todo o mundo”, disse.

 

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