Em um cenário de tantas adversidades para quem escolhe ser professor, o que leva os jovens a adentrarem na profissão? Para o aluno do 4º semestre de pedagogia da FMU, Jonas Camargo, a esperança no futuro é o que mais lhe dá motivação. “Quem trabalha nessa área nunca pode perder a esperança na educação, pois é ela que nos incentiva e nos faz acreditar que as crianças e adolescentes têm a oportunidade de serem grandes exemplos e mudar o rumo da nossa história”, conta o rapaz, que pretende atuar na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e no ramo da psicopedagogia.
A capacidade de transformar a vida dos alunos foi o que encorajou a estudante do último ano de pedagogia do Instituto Singularidades, Jaqueline Morais, a decidir se tornar professora – um sonho desde sua infância. “O que me motiva é a possibilidade de transformar a vida de uma criança. Sabemos que o professor não conseguirá dar conta de todas as questões que ela traz para o ambiente escolar, e não falo só em relação a conteúdos, mas também sobre questões sociais, emocionais e econômicas. Porém, temos de ser capazes de tocar cada uma delas de tal maneira que passem acreditar cada vez mais em si mesmas”, explica.
Veja também:
Colaborar com o desenvolvimento de alunos é outra justificativa bastante citada por estudantes como Sara Vizcaino, que finaliza o curso de pedagogia em 2015. “Observar as crianças desenvolvendo a sua escrita, ver a alegria delas a cada descoberta, é muito prazeroso”, destaca ela, que pretende atuar na área da educação infantil. “Quero colaborar no desenvolvimento da autonomia, da criticidade e da ação transformadora dos alunos da classe trabalhadora”, complementa o aluno do último ano de letras do Instituto Singularidades, Tiago Mine.
Buscando soluções
Alguns medos também rondam os estudantes em relação à sua trajetória profissional, como perder o prazer em ensinar. “Em meus estágios, observei que alguns professores simplesmente ministram suas aulas automaticamente e sem amor, como se estivessem ligados no automático. Meu maior medo é ser engolida pelo dinâmica das coisas e me tornar apenas mais uma professora desmotivado e sem sonhos”, revela Sara. “Sei que encontrarei pessoas desacreditadas na educação, conservadoras e rendidas às mesmices. O que temo é estar sozinho nessa caminhada, embora acredite que eu não seja o único nadando contra a maré”, acrescenta Jonas.
Contudo, os futuros professores também se mostram bastante esperançosos em encontrar soluções para os desafios que por ventura aparecerem. “Se há desafios, entendo que também há problemas. E se há problemas, devemos sempre pensar em soluções, mesmo que venham em longo prazo”, pontua Jaqueline. “Sem dúvida surgirão diversos, afinal, nossa vida é repleta deles. Contudo, é importante ter uma visão macro, buscar entender os impasses, seu contexto e, por fim, solucioná-los”, finaliza Jonas.