Quando se fala de internet mais segura, é necessário pensar para além dos crimes virtuais como espalhar vírus, golpes para acesso a contas e senhas e configurações de privacidade. De acordo com especialistas ouvidos pelo NET Educação, cada cidadão tem um papel dentro do ambiente virtual.
No Dia da Internet Segura, celebrado nesta terça-feira (11/2) em mais de cem países, “mais do que falar de dicas e orientações específicas do que é certo ou errado, a ideia é fazer com que jovens reflitam sobre seu papel ativo. A internet não é apenas para consumir, mas para ser construída no seu cotidiano”, afirma o diretor de Atendimento e Prevenção da SaferNet, Rodrigo Nejm.
Segundo ele, é importante pensar bem antes de publicar conteúdos, nas piadas que curte ou compartilha nas redes sociais que contenha homofobia, racismo, intolerância religiosa ou violência sexual, e na forma como expõe as informações pessoais. Por meio de seu canal online de atendimento, a SaferNet identificou duas principais atuações que mais atingem crianças e jovens. O cyberbullying – mensagens com xingamento, ofensas e humilhação no meio online – é um deles.
(Crédito: SaferNet Brasil)
Realizada entre o segundo semestre de 2012 e o primeiro de 2013, a Pesquisa Nacional sobre Hábitos de Uso na Internet revelou que 12% de crianças e adolescentes entre nove e 23 anos já foram vítimas desse tipo de agressão, e 35% tem um amigo que já sofreu cyberbullying ao menos uma vez. Também de acordo com a
TIC Kids Onilne Brasil, 22% das crianças entre nove 9 e 16 anos já passaram por alguma situação online que a chateou o período de um ano.
“Devemos refletir sobre o nosso papel, indagando sobre como as informações que postamos ou acessamos na web influenciam para um ambiente mais ou menos seguro. Cada clique e cada post é de responsabilidade de cada um. A internet é uma praça pública que todos devem cuidar. Um espaço coletivo, livre, aberto, dinâmico e criativo”, alerta Nejm.
Outro crime grave está relacionado ao sexting – palavra em inglês originada da união de sex (sexo) e texting (envio de mensagens) para designar quando se tira e envia fotos sensuais (nu ou seminu). A Pesquisa de Uso na Internet ainda diz que 20% receberam textos ou imagens sensuais e eróticas e desses, 42% mais de cinco vezes. Enquanto, 6% enviaram conteúdos de sexting, sendo que 63% mandaram mais de cinco vezes.
“Tem o clássico caso do casal que manda foto sensual um para o outro e quando termina o relacionamento, um dos dois publica na web. Precisa ter cuidado, se proteger no cotidiano. Ter a dimensão de que se cai na internet, não tem mais como controlar”, enfatiza Nejm. “Quando surge o problema, tem pessoas que não sabem nem por onde começar”, completa. Por isso, nesta terça, ocorre um
plantão de dúvidas de 12 horas, para ajudar os casos de violência na internet.
A idealizadora do Movimento Família Mais Segura na Internet, Patricia Peck, diz que se pergunta o porquê ao comprar um celular ou computador, não acompanha uma cartilha com cuidados para se ter na internet. “É preciso educar o usuário e consumidor nisso, as pessoas devem ter conhecimento. Há necessidade de trabalhar em cima de uma educação preventiva.”
Dentro da temática da cidadania e ética digital, o movimento em parceria com o Ministério da Educação (MEC) vai disponibilizar na
TV Escola uma série de materiais para que o professor possa trabalhar em sala de aula. Ainda não há previsão de lançamento, mas deverá ocorrer depois de maio.
Enquanto isso, uma nova turma de um curso EAD do Movimento Família Mais Segura sobre o assunto está prevista para iniciar em abril, após o lançamento do novo site do movimento. Patrícia lembra que “hoje não tem nenhuma regra que exige ministrar aulas sobre isso. As secretarias estaduais e municipais têm normas apenas para o uso do celular na escola. Fora isso, não há nada que fale pra fazer campanha de combate ao cyberbullynig”.
VEJA ABAIXO A SELEÇÃO DE MATERIAL QUE O NET EDUCAÇÃO FEZ:
–
Canal de Ajuda