A quarta edição da Campus Party, realizada entre os dias 17 e 23 de janeiro, contou com a maior presença do tema empreendedrismo no calendário oficial em relação aos anos anteriores. Ao analisar as tendências para este ano, a organização constatou que o assunto, em alta na web, poderia ajudar muitos campuseiros. As mídias sociais, a comunicação digital, as novas ferramentas e ambientes de aprendizagem e de entretenimento e os novos modelos de negócios potencializaram um nicho cuja perspectiva de crescimento é proporcional à difusão da cultura digital na sociedade: o empreendedorismo digital.

Cristiano Sant’Anna/Divulgação

Daniela Costa fala sobre o papel do empreendedorismo na Campus Party

Daniela Costa, diretora de marketing da Futura Network, empresa responsável pela realização da versão brasileira do evento surgido em 1997, na Espanha, conversou com o Instituto Claro sobre como foi a concepção desta edição e quais benefícios o tema pode trazer para o evento e para os participantes.

O que você destacaria como uma evolução desta edição em relação a 2010?

Daniela Costa: Em 2011, queríamos trazer ainda mais gente, sem perder a qualidade. A dois meses do início da Campus Party, as mais de 6.000 inscrições estavam disponibilizadas. Então focamos na qualidade e pensamos em uma nova disposição dos palcos de palestras que mantivesse o estilo aberto, pois não fazia sentido levantarmos paredes. Também pensamos nas melhores pessoas que poderíamos trazer para preencher as mais de 500 horas de evento. Além disso, trouxemos mais atividades para temas como sustentabilidade e empreendedorismo, inclusive com novos espaços, como o Campus Verde e a área do Campus Start-up.

Neste ano, as atividades que contemplaram discussões sobre empreendedorismo foram muitas. Como vocês pensaram a ampliação deste tema?

Daniela: Em anos anteriores, a Campus Party Brasil já contava com o espaço Campuseiros Apresentam, onde os participantes tinham 15 minutos para falar sobre o projeto que desenvolveram. No ano passado, o vencedor teve a chance de apresentar sua iniciativa na Campus Party Europa e, a partir daí, ele pôde concretizar o seu negócio [Marcos Roberto Martins apresentou o iTVproject]. Neste ano, pensamos também naqueles que têm boas ideias e que não sabem como transformá-las em um projeto e naqueles que já têm um bom projeto digital para empreender e querem seguir em frente. Para esses públicos, trouxemos mesas e palestras sobre empreendedorismo.

Existe uma perspectiva da organização de revelar talentos para o mercado?

Daniela: Não só existe a expectativa como eu tenho certeza de que isso acontece, pois há jovens empreendedores em diferentes estágios aqui. Há aqueles que estão realmente no início do aprendizado, os que já têm case de sucesso, e a ideia é que eles compartilhem conhecimento. Além dessas trocas que geram aprendizado, há grandes empresas na Campus Party buscando profissionais e novas soluções para seus negócios.

A Campus Party hoje já funciona um pouco como uma comunidade, pois há edições em outros países, perfis nas redes sociais. A diretoria do evento no Brasil tem uma estratégia para se manter conectada a esses jovens que se mostram inovadores?

Daniela: O que queremos é que, cada vez mais, a Campus Party permaneça “viva” ao longo do ano. Não apenas para esse público empreendedor, mas para todos os que acompanham a Campus. Buscamos mais interação. Em 2010, realizamos um piloto do Campus Debate, que é um espaço que vamos aperfeiçoar e que queremos manter para que possamos estar em contato com os campuseiros ao longo de todo o ano.

O desafio da Campus Party Brasil não é mais atrair público, então o que vocês querem para uma próxima edição?

Daniela: O nosso grande desafio é manter a qualidade e nos tornarmos cada vez mais um espaço de referência, de tendência, de análise. Hoje já vemos que ideias que foram reveladas na Campus Party voltam para ser discutidas, e aqui mesmo evoluem. Queremos ampliar esse movimento e difundir o conhecimento, fazer com que as pessoas tenham acesso ao que foi revelado. Neste ano, batemos recorde de acesso à Campus TV, onde disponibilizamos os vídeos das palestras. Vamos seguir neste caminho.

Saiba mais

Diretor da Wikipédia defende que a internet colaborativa é o único caminho para saber o que os usuários buscam

Empreendedor que desenvolveu o City Rain aponta falhas dos games educacionais

Olimpíadas de games contempla modelo LAN house e já colhe resultados

O empreendedorismo digital e o papel da universidade são discutidos por diferentes gerações na Campus Party

Na Campus Party, Al Gore e Tim Berners-Lee destacam a importância da educação no uso consciente da internet

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Talvez Você Também Goste

Confira 7 filmes para debater bullying na escola

Produções ajudam a identificar a prática e conscientizam sobre preconceitos que a motivam

Como usar fanfics em sala de aula?

Produção literária colaborativa de fãs estimula leitura e escrita entre jovens

Como utilizar a culinária afrodiaspórica no ensino de química?

Pratos como feijoada, acarajé e moqueca ajudam a abordar diferentes conteúdos da disciplina

Receba NossasNovidades

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.