Greve dos professores no Paraná acontece desde
27 de abril (Crédito: Wilson Dias/ Agência Brasil)
 
Professores de quatro unidades da federação estão atualmente em greve: Tocantins, Sergipe, Paraná e Goiânia. As informações são da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), entidade que reúne professores e profissionais do ensino em geral de todo o país. São Paulo voltou às aulas nesta segunda-feira (15/06), após 92 dias, e outros sete estados chegaram a estar em greve em 2015 – Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rondônia e Santa Catarina – mas retornaram às atividades. As paralizações também ainda são uma possibilidade no Acre e no Mato Grosso.
 
Em comum, os estados reivindicam o cumprimento da Lei n° 11.738/2008, que estipula o piso salarial nacional do magistério e destina 1/3 da jornada de trabalho dos professores para atividades extraclasse. Este ano, o reajuste anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) foi de 13,01%, fazendo com que o salário inicial da categoria passasse de R$ 1.697,39 para R$ 1.917,78.
 
“O estado deveria ser o primeiro a cumprir esta lei e a meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE), que fala da equiparação do piso à média salarial de outras categorias do funcionalismo público”, explica o presidente do CNTE, Roberto Leão. “Em linhas gerais, os governantes não negociam e quando o fazem rebaixam demais as reivindicações dos professores. Essa tensão leva a greves mais longas e desgastantes”, acrescenta.
 
Em estados como Minas Gerais e Ceará, contudo, sindicatos e governos entraram em acordo para o pagamento do piso, sem a necessidade de paralizações. “É importante lembrar que os baixos salários forçam o professor a trabalhar em três ou quatro escolas diferentes. Com isso, há um desgaste da jornada e do deslocamento”, destaca. Já no âmbito das reivindicações regionais, os estados paralisados compartilham de pautas como enquadramento em carreiras e melhores condições de trabalhos. 
 
Clima de guerra
Outra constante nas greves pelo país são as liminares expedidas pelos Tribunais de Justiça que obrigam o retorno dos professores ao trabalho com multas diárias de até R$ 100 mil, aplicadas aos sindicatos.
 
“As multas têm o objetivo de acabar com o processo de organização de toda uma categoria. É uma pressão violenta e antidemocrática”, denuncia Leão. “Além disso, quando o professor é obrigado a encerrar a greve por desgaste econômico ou pressão, retorna desmotivado e sem esperança de melhorias. Isso afeta diretamente a qualidade da educação”, analisa.
 
A CNTE também atenta para a violência com que os professores são tratados pela Polícia Militar durante as manifestações e passeatas. O caso mais emblemático aconteceu no dia 5 de maio de 2015, quando 180 professores ficaram feridos após forte ação policial em frente à Assembleia Legislativa, em Curitiba (PR). “Outros estados caminham para o mesmo destino do Paraná, com o uso desmedido de força a que os professores foram submetidos”, pontua.
 

Professora faz referência a tratamento violento da PM em manifestações de
professores (Crédito: Wilson Dias/ Agência Brasil)

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Atualizada às 16h11 de 15/06/15
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