Com o crescimento expressivo do comércio de jogos, aplicativos e soluções para a rede virtual utilizada pelos celulares, os estudantes e profissionais que querem entrar nesse mercado não podem ter medo de arriscar. Além disso, precisam também estar preparados para as exigências dos consumidores e saber que para chegar ao sucesso é por meio de disciplina e investimentos em estudos. É o que indica o brasileiro Americo Amorim, criador do Drums Challenge, jogo musical mais baixado na loja de aplicativos do iPad, da Apple.

 

Chico Porto

Para Americo Amorim, retorno rápido do investimento se dá pelo preço baixo dos aplicativos, qua facilita o acesso

Assim como entre 1996 e 1997, quando ocorreu o “boom” da internet e o mercado mundial teve um novo norte, promovido pela super valorização dos negócios em formato digital, hoje, para muitos especialistas em tecnologia, a grande expressão de lucro é com o crescimento expressivo do comércio de aplicativos nas redes móveis. Conforme aponta uma recente pesquisa do Gartner, há aproximadamente um ano e meio surgiu um forte impulso pela experiência móvel, cuja demanda aumenta principalmente entre os mercados emergentes.

 

Em meio à variedade de sistemas operacionais móveis disponíveis, como Windows Mobile, MeeGo, Maemo, Android e iOS, além de lojas e aplicativos que satisfaçam a todos os gostos, esse ambiente também abriu um leque de novas oportunidades de lucro para os profissionais de Tecnologia da Informação, por se tratar de um comércio novo e de rápido retorno com pouco investimento.

 

Imagem do Drums Challenge, rodando em iPad

 

Segundo o jovem e já experiente empreendedor Americo Amorim, o retorno rápido de investimentos acontece porque a maioria dos jogos é barata, na base de um dólar, o que torna muito acessível à compra. “Por causa do preço, ele também promove a diminuição da pirataria”, complementa. Com 28 anos de idade, Amorim é diretor presidente da D’Accord Music Software, onde criou a MusiGames, unidade de desenvolvimento de jogos de iPhone, iPad e Facebook. Mestre em administração, começou sua carreira de sucesso aos 16 anos quando fundou o site SomBrasil.com.

 

Outra avaliação positiva do especialista é que a grande diferença para quem deseja investir no recente “boom” da rede virtual, em relação ao início da internet, é a existência de um mercado com embasamento e experiências que já foram realizadas. “Com certeza naquela época era uma bolha em que achávamos que poderia existir um grande mercado. Havia uma aposta alta de que o lucro fosse acontecer muito rápido, e isso não aconteceu”, avalia o empreendedor ao destacar que hoje “esse mercado já existe e é mais realista”.

 

No entanto, nem tudo são flores. Àquele que pretende ingressar nessa profissão, o especialista alerta que o mercado móvel, além de ser atrativo, também é considerado de alto risco. Para ele, o principal problema está relacionado às vendas que, com a extensa variedade de soluções, tornam o ambiente hiper competitivo. Um exemplo de competitividade acirrada acontece na App Store, loja de aplicativos da Apple para o iPhone, onde existem mais de 120 mil soluções e, por trás delas, milhares de desenvolvedores trabalhando. Esse número de produtos na prateleira em uma loja virtual obriga o desenvolvedor a se aprimorar cada vez mais para criar soluções inéditas e ter melhores resultados nas vendas, o que o obriga a manter constantes investimentos em sua carreira.

 

“Além disso, o Brasil ainda não é um dos mais adeptos a esse segmento”, enfatiza o executivo ao apontar que nas vendas do seu mais famoso jogo musical, o iMusic Puzzle, 80% de compradores são dos EUA e 20% da Europa, enquanto por aqui o resultado é quase inexpressivo. “É muito complicado, porque o iPhone é caro para a compra, o que dificulta ainda mais a venda de aplicativos para essa plataforma”, completa.

 

Rastros para o sucesso

No caminho do sucesso na carreira de desenvolvimento de aplicativos móveis, Amorim aponta que o mais importante é ter forte contato com a plataforma em que se pretende desenvolver. “Se você pretende criar um jogo para iPhone, tem que jogar e conhecer o sistema operacional desse celular para entender como funcionam aqueles jogos naquele ambiente”, diz.

 

O especialista também pontua que os futuros desenvolvedores precisam trabalhar fortemente para construir um aplicativo que seja bem visto pelos usuários e donos das lojas virtuais. “Há cerca de um ano e meio esse mercado não era assim, você fazia qualquer besteira e vendia bem. Hoje, as exigências são maiores, tem que dedicar tempo para ter uma boa ideia com alguma solução inovadora e, depois, ter um período para desenvolver esse jogo. É tempo e dinheiro”, afirma.

 

Por último, e considerado como a parte principal do projeto, o desenvolvedor precisa vencer o desafio de promover sua aplicação. “O maior desafio não é fazer o jogo e sim promovê-lo”. Por isso, conforme avalia Amorim, o profissional, além de ter especialização técnica, precisa investir em conhecimento de marketing para saber utilizar as ferramentas adequadas de apoio às vendas.

 

“Para o estudante, os aplicativos móveis são muito interessantes porque podem ser desenvolvidos a custos bem baixos. Outro caminho para ganhar experiência nesse segmento é fazer uma parceria com um amigo de arte e criar um jogo”, indica Amorim aos iniciantes.

 

Também é válido ressaltar que, na hora de procurar um emprego, o ideal é que o recém-profissional se aproxime primeiro das empresas que desenvolvem aplicativos móveis, para iniciar a carreira e, depois, partir para o desafio de ser empresário. “Aproveite que você é estudante, use seu tempo para fazer coisas legais, arrisque e participe dos concursos, como o IGF. Com certeza, essas escolhas vão proporcionar um salto em sua carreira”, afirma Americo Amorim.

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