Semanalmente, estudantes do 8° e do 9° ano da escola estadual Dr. Joaquim Batista, na cidade de Jaboticabal (SP), retornam no contraturno para participarem do Clube de Ciências. Seus tutores são os universitários do curso de licenciatura em ciências biológicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que procuram apresentar experimentos diversificados de física, química e biologia para os adolescentes. A iniciativa comemora dez anos em 2018 e foi fundada pela docente da Unesp, Thaís Gimenez da Silva Augusto.

“O objetivo é desenvolver nos alunos da rede pública o gosto pela ciência por meio de atividades práticas e lúdicas, além de aprofundar conceitos científicos”, assinala. “Para os universitários que serão futuros professores, também é importante o contato com a escola pública e seus alunos reais, evitando que se frustrem depois de formados com a realidade”, acrescenta.

O biólogo recém-formado, Lucas Périco, foi um dos estagiários que pôde vivenciar o processo de ensino e aprendizagem por meio do Clube de Ciências. “Foi uma introdução à cultura da escola pública e seus alunos, que vêm de contextos sociais diversificados”, explica. “Aplicar metodologias novas e ver como os alunos respondiam foi uma das vantagens da experiência, já que a prática do dia a dia, às vezes, difere do que aprendemos na teoria”, analisa. “Já o maior desafio era fazer com que os estudantes do fundamental se sentissem motivados a saírem de suas casas e voltarem para escolas fora do período regular de aulas”, revela.

Segundo Périco, que foi bolsista do projeto durante dois anos, a iniciativa também auxilia os alunos a serem ativos no seu processo de aprendizagem. “No primeiro dia do Clube, ouvimos os interesses dos estudantes e apresentamos as possibilidades de experimento para que eles escolham o que querem vivenciar”, descreve. “Os alunos desenvolvem os trabalhos em grupo e de forma autônoma. Depois, relatavam o que deu certo e o que deu errado na experiência”, destaca.

Entre os experimentos apresentados aos jovens, estão a observação em microscópio de micro-organismo, da reprodução de vegetais, além de marcação de pH e tipos de fermentação.

A observação de micro-organismos faz parte das atividades do Clube de Ciências, da escola estadual Dr. Joaquim Batista (crédito: divulgação)

 

Ponte para o futuro

Bryan Pedro Clemente Pinheiro, de 16 anos, é aluno da escola estadual Dr. Joaquim Batista e participou durante dois anos do Clube de Ciências. “De forma geral, me ajudou bastante, pois lá aprendemos também outros conteúdos, até gramática”, conta.

Atualmente, cursando o ensino médio, Pinheiro se tornou bolsista de iniciação científica e é orientado pela professora Thaís Gimenez da Silva Augusto. Para este ano, o secundarista tem como tarefa desenvolver e aplicar um questionário aos educadores de biologia da rede pública de Jaboticabal sobre seus conhecimentos acerca de como funcionam os clubes de ciência. “Pretendo fazer graduação em biologia. Então, participar agora da iniciação científica também me ajuda nesse sentido”, complementa o aluno.

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Talvez Você Também Goste

Confira 7 filmes para debater bullying na escola

Produções ajudam a identificar a prática e conscientizam sobre preconceitos que a motivam

Como usar fanfics em sala de aula?

Produção literária colaborativa de fãs estimula leitura e escrita entre jovens

Como utilizar a culinária afrodiaspórica no ensino de química?

Pratos como feijoada, acarajé e moqueca ajudam a abordar diferentes conteúdos da disciplina

Receba NossasNovidades

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.