O historiador e antropólogo italiano Carlo Ginzburg foi o último conferencista do Fronteiras do Pensamento 2010, que acabou no dia 29 de novembro. Em sua quarta edição, o evento contou com o apoio do Instituto Claro e recebeu nomes importantes no cenário internacional, como os escritores Mario Vargas Llosa e Terry Eagleton e o filósofo cognitivista Daniel Dennett, entre outros, firmando-se mais uma vez como referência no cenário cultural de Porto Alegre (RS).

Divulgação

Carlo Ginzburg no último Fronteiras de 2010

Durante duas horas, Ginzburg falou para 1.100 pessoas sobre “História na Era Google”. “Todos usam a internet, eu também. Todos falam sobre a internet, eu também”, afirmou o antropólogo no início de sua palestra, que discutiu a influência de portais como Google e Wikipédia na sociedade contemporânea. Para ele, idealizar a criação de Larry Page e Sergey Brin pode ser algo sem sentido, mas se recusar a enxergar a energia que ela pode liberar também o é.

Um dos pioneiros no estudo da micro-história, gênero focado na narrativa de casos cotidianos, Ginzburg ressaltou também que, além de ser um veículo importante no processo de pesquisa histórica, o Google pode se transformar em uma ferramenta de cancelamento da história, uma vez que, no presente eletrônico, o passado se dissolve.

Ginzburg, que é autor de cerca de 18 livros, entre eles o “O Queijo e os Vermes” (Companhia das Letras, 2000) e “Investigando Piero” (Cosac Naify, 2010), destacou ainda os rumos da história e da memória no cenário atual e, apesar de relatar a imprevisibilidade dos resultados em rede, defendeu o reconhecimento do veículo como uma ferramenta importante.

A última conferência do Fronteiras do Pensamento deste ano também foi oportunidade para comemorar o prêmio Top de Marketing ADVB na categoria cultura, recebido no final do mês de outubro.

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