Para Martinianos, educação deverá seguir rumo a
democratização do conhecimento 
 
As melhorias na capacidade de processamento de computadores, tablets e smartphones vão interferir diretamente na forma como se faz educação, segundo o engenheiro da educação na École 42 (França), Vanderlei Martinianos. O pesquisador palestrou sobre o futuro das tecnologias educativas na Campus Party 2016, nesta quinta-feira (28/1). Ele citou a Lei de Moore, desenvolvida por Gordon Moore, que aborda o conceito do crescimento exponencial para explicar o desenvolvimento tecnológico.
 
"Em uma caminhada linear, 30 passos são 30 passos. Com o crescimento exponencial, chegamos a um bilhão de passos. Hoje, temos uma capacidade de processamento que equivale a uma mariposa ou a um rato. Um smartphone de última geração comprado agora custará a metade do preço daqui há dois anos, porque ficará completamente obsoleto. Com o crescimento exponencial, em breve teremos um processamento equivalente ao cérebro humano. A escola precisa ser exponencial também", avaliou.
 
O especialista citou ainda o Computador Watson – supermáquina desenvolvida em 2007 para diagnóstico clínico – e a influência futura de tecnologia semelhante na educação. "O Watson proporcionou uma revolução na medicina. Ele lê milhares de artigos científicos médicos e consegue ajudar na hora de fechar um diagnóstico. Esse processo também chegara à educação. Será uma nova revolução, porque para o aluno não fará mais sentido guardar informação ou memorizar nesta nova era", opinou.
 
Personalização 
Segundo Martinianos, a primeira grande tendência da educação na contemporaneidade será a transmissão de conhecimento de forma personalizada. O princípio é similar ao que já ocorre na área médica ao fechar um diagnóstico ou providenciar tratamento. "Uma única informação pode ser transmitida de diversas maneiras. O que faz sentido para uma pessoa pode não fazer para outra. Por isso, é necessária a personalização e uma educação adaptativa”, disse.
 
Ainda de acordo com a sua avaliação, o campo da educação deve passar por fases: digitalização, criação de novos mercados e pedagogias, vivência de todos os processos sendo realizados pela internet e, por fim, democratização do conhecimento. "O saber será gratuito e estará disponível em todas as áreas. O diploma, um pedaço de papel, não será importante, mas sim a capacidade de resolver problemas", assinalou.
 
Assim como ocorrerá com outras áreas do saber, a escola também será afetada pelas NBIC –  nanotecnologia, biotecnologia, informática e ciências cognitivas.  
 
Gestão de projetos
O engenheiro da educação é um dos poucos brasileiros vinculados à École 42, universidade de Paris voltada à tecnologia, na qual não há aulas, disciplinas, professores, provas e que funciona 24 horas. "É uma escola exponencial. O professor não está lá para dar a resposta, mas para ajudar o aluno a pesquisar". O engenheiro citou José Pacheco e a Escola da Ponte como exemplo de escola do futuro, assim como a importância de trabalhar a gestão de projetos que seja do interesse do aluno.
 
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