A satisfação dos moradores da cidade de São Paulo com educação caiu em 2012. De acordo com a 4ª edição do Índice de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), lançado nesta quinta-feira (17/1), a nota para o ensino diminuiu de 5 para 4,8, em uma escala de 0 a 10. O número foi o menor da série do Irbem, resultado de uma pesquisa encomendada pela Rede Nossa São Paulo ao Ibope anualmente desde 2009.

“Essas diferenças que a princípio são pequenas de 0,2 ou 0,3 representam que os entrevistados deram notas um ponto a abaixo das que foram computadas em 2011. Quer dizer, quem dava 7 diminuiu e deu 6, aquele que dava 5, agora deu 4, passando de uma situação mais estável para a insatisfação”, explicou a diretora do Ibope, Márcia Cavalari. A média considerada satisfatória do Irbem é acima da nota 5,5.

Apesar de a percepção do paulistano sobre educação ter permanecido mais constante até 2011, no último ano apresentou quedas significativas nos números obtidos para todos os aspectos pesquisados. Os itens mais críticos foram quantidade de vagas em creches, pré-escolas e escolas em locais próximos a sua moradia e o respeito e valorização ao profissional de ensino, ambos receberam nota 4,5. O primeiro teve queda de 0,4 em relação a 2011 e a nota do segundo caiu 0,3.

“Quando 170 mil crianças estão fora das creches na cidade mais rica do país, alguma coisa deve estar errada”, ressaltou o coordenador geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew.

Ainda foram avaliados o acesso ao ensino superior de qualidade, a promoção da cidadania e democracia na educação e a adequação da formação educacional para o acesso ao mundo do trabalho, que obtiveram notas 4,8, 4,8 e 4,9, respectivamente. Também avaliados, a formação e condições de trabalho dos profissionais de educação obteve nota 4,9 e o envolvimento das famílias na educação dos filhos ficou com 5.

Presente no evento, o novo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que pretende focar em metas quantitativas e qualitativas no ensino. “Não posso negar aquilo que procurei estabelecer como ministro da Educação. Além do acesso, oferecer educação da melhor maneira possível”, pontuou.

Segundo Márcia, quando a pessoa consegue o acesso ao serviço, acaba não sendo avaliado de forma ruim. “O problema maior é o acesso”, acredita. Dentre os entrevistados que disseram ter utilizado serviços da educação pública, cerca de 52%, o item das creches teve avaliação 7,6.

Para realizar a pesquisa, foram entrevistados 1.512 moradores da capital com 16 anos ou mais, entre 24 de novembro e 8 de dezembro de 2012. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

O Irbem revela como anda o nível de satisfação dos moradores em relação a qualidade de vida e bem-estar em São Paulo. Além da educação, a pesquisa aborda outros 24 temas como saúde, meio ambiente, transporte, habitação, trabalho, sexualidade, consumo e lazer, espiritualidade e outras.

Qualidade de vida
No balanço geral, incluindo todos os temas, a qualidade de vida da população também piorou. A média geral foi nota 4,7, menor indicador desde o início da série de avaliações. Dos 169 itens pesquisados no Irbem, 28 receberam nota acima da média, dois estão na média e 139 ficaram abaixo.

O tema transparência e satisfação continua sendo o mais mal avaliado. Acima da média ficaram as notas para as áreas relações humanas, religião e espiritualidade, tecnologia da informação e trabalho. Também, a pesquisa revelou que 56% dos entrevistados sairiam da cidade caso tivessem oportunidade de viver em outro lugar.

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