Surgido como forma de reunir grupos de pessoas para promover manifestações artísticas e culturais, os saraus têm tomando cada vez mais espaço na sociedade. O que era feito em bares e centros culturais, hoje é realizado nos mais diversos locais, como transporte público e escolas, por exemplo. Independente do local, esses movimentos têm objetivos em comum: fomentar e compartilhar poesia, de poetas conhecidos ou não, além de estimular a leitura e a escrita.
Inspirados nos vendedores ambulantes, os Poetas Ambulantes, de São Paulo, surgiram para levar poesia para os transportes coletivos da cidade. “A primeira reação é sempre de desconfiança, a pessoa está cansada dentro do ônibus (ou trem, metrô…) e entra um grupo de pessoas falando, eles já acham que vamos comercializar algo. Mas quando eles percebem que estamos apenas para recitar poesias e as expressões mudam: aparecem os sorrisos e os aplausos calorosos no final”, explica Thiago Peixoto, um dos idealizadores do Coletivo.
Poetas Ambulantes nos trens de São Paulo (SP)
Com o Coletivo, eles também já levaram os seus saraus ambulantes para escolas e ONGs da cidade. “Neste ano queremos fazer mais parcerias com escolas. A ideia é mostrar que a poesia pode estar no dia a dia e não só em livros ou teatros. Nossa ideia é ocupar os espaços públicos, que são da população, com poesia e arte”.

1º Sarau de poesia da Biblioteca Maurício de Souza, da Escola Municipal
Nicomedes Theotônio Vieira
- Planejamento: saber quais manifestações artísticas irá contemplar (poesia, dança, música, entre outros);
- Local: escolher um local amplo e quais equipamentos serão necessários (microfone, telão, caixa de som, etc);
- Envolvimento: na escola, é importante envolver alunos e funcionários para construir o movimento em conjunto;
- Parceria: Buscar parceria com a comunidade do entorno de onde o evento será realizado – às vezes são descobertos grandes artistas na vizinhança;
- Divulgação: fazer uma boa divulgação do evento;
- Opinião: deixar sempre um espaço para opiniões e sugestões.
Cooperifa: Comandado por Sérgio Vaz, o Sarau da Cooperifa reúne, há 12 anos, em torno de 300 pessoas para ouvir e falar poesia todas às quartas-feiras, no Bar Zé Batidão, no extremo sul de São Paulo.
Sarau dos Mesquiteiros: Criado em 2009 pelo coletivo artístico e cultural, formado por jovens e adolescentes de Ermelino Matarazzo, O Sarau dos Mesquiteiros acontece todo último sábado de cada mês, entre as 17hs e 20hs, nas dependências da Escola Estadual Jornalista Francisco Mesquita, Zona Leste da São Paulo (SP).
Sarau de Letras da Favela: Realizado na Biblioteca Parque da Rocinha, e organizado pelo poeta, letrista e escritor, Joilson Pinheiro que mora na Rocinha, o “Sarau de Letras da Favela” ocorre sempre no segundo sábado do mês, com grupos de teatro, poesia, dança e microfone aberto para quem quiser recitar poemas.
Sarau Poético de Manguinhos: Realizado sempre no 1º sábado de cada mês, o Sarau Poético de Manguinhos surgiu em 2001, após iniciativa de professores e alunos do Pré-Vestibular Comunitário de Manguinhos (PVCM) com o objetivo de realizar um movimento de educação popular, laico e apartidário, com foco na capacitação para o vestibular de estudantes economicamente desfavorecidos de Manguinhos e de outros bairros do entorno. Atualmente acontece no hall do cineteatro da Biblioteca Parque de Manguinhos.