Vencedor da 3ª edição do Prêmio Instituto Claro, o projeto Zoom, Um Toque de Comunicação, está há dois meses utilizando os tablets e os notebooks adquiridos com o prêmio e já percebe os benefícios das tecnologias da informação e comunicação (TICs) em seu processo educativo. O projeto, idealizado pelo Instituto Zoom na cidade de Salto (SP), trabalha com crianças, adolescentes e adultos autistas e tem como objetivo melhorar a comunicação e a socialização dessas pessoas. Agora estão utilizando as tecnologias para aprimorar a interação deles com seus parentes, colegas e o ambiente.

“Com a chegada das TICs, houve uma adaptação geral dos autistas às novas atividades oferecidas. Os educadores buscam despertá-los para novos tipos de interação a partir de fotos, músicas, aplicativos e pesquisas na internet”, conta Adriana Sala, assistente social e coordenadora do projeto.

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A tecnologia touch, dos tablets, foi o que mais chamou a atenção das crianças. A experiência de tocar o objeto e ver uma resposta imediata ao movimento apresenta uma nova forma de interação, além de ser muito mais divertida. Já os mais velhos ficam mais conectados aos notebooks, fazendo pesquisas sobre algum assunto que estão interessados. Com essas atividades, os educadores do Instituto Zoom encontraram uma nova forma para entender um pouco mais o universo de cada um dos autistas.

A utilização de aplicativos é um dos principais meios do projeto para chegar a resultados mais concretos no dia-a-dia. Elaine Regina de Oliveira, uma das facilitadoras do Instituto Zoom, acompanha os autistas desde o início do projeto e já vê resultados: “o que nós vemos de imediato é que os que eram mais reclusos, com o uso das tecnologias, começaram a se interessar mais, a interagir com outros e a olhar o que estão fazendo. Existe até uma ansiedade para a hora dessas atividades”.

Segundo Elaine, a resposta de uma das crianças à atividade foi a que mais provou o benefício de incluir as TICs no processo educativo. Ao utilizar o “Talking Gina The Giraffe”, Eduardo interagiu com uma girafa virtual, fazendo carinho e dando comida. Com essa interação, a criança que antes tinha dificuldade em aceitar contato físico, abriu espaço para receber carinho e falar com os facilitadores do instituto. “É fantástico, pode parecer pequeno, mas para nós é muito gratificante”, comentou Elaine.

 

Aplicativos utilizados pelo Projeto Zoom

 

MyPiano – Um dos mais populares aplicativos de simulação de instrumento, imita um mini piano com a possibilidade de emitir diversos sons e até criar algumas melodias. Chama a atenção tanto de crianças como de adultos.

Talking Gina The Giraffe – Uma girafa virtual que repete suas palavras com uma voz engraçada. Também traz recursos de bichinho virtual, dando a oportunidade da criança alimentá-la, dar água e fazer carinho.

Formas Puzzle – Dinossauros – Um quebra-cabeça com imagens de dinossauros. Colorido, divertido e fácil de manusear, o aplicativo é ótimo para ajudar na coordenação e concentração das crianças.

Kid Connects Animals – Jogo de ligar números ou letras com a finalidade de formar desenhos de animais. É interessante para as crianças começarem a se familiarizarem? com a aparência e a pronúncia dos números e letras.

Animal Coloring Book – Aplicativo para colorir desenhos de diversos animais com o dedo no touch screen. Chama a atenção das crianças pela diversidade de cores.

Paint The Alphabet – Também para pintar, o Paint the Alphabet traz desenhos coloridos junto com as letras para as crianças colorirem e ainda aprenderem sobre o alfabeto.

 

O projeto ultrapassou os muros da instituição. Para que as atividades continuem em casa, os pais também estão passando por um processo de adaptação aos eletrônicos e aprendendo como eles podem ser usados na educação diária. Apesar de ainda não terem as tecnologias em casa, o Instituto Zoom oferece essas oficinas para que os familiares entendam o que está sendo feito no projeto e para que, quando possível, utilizem os recursos com os filhos.

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Neste semestre os educadores esperam obter ainda mais resultados. A meta é fazer com que haja uma melhora na comunicação de todos os beneficiados pelo projeto. Para planos futuros, Elaine afirma que estão “em busca de mais aplicativos e outras formas de utilizar essas tecnologias para chegar a novos níveis de socialização”.

Por ser um processo novo também para os educadores, Adriana sente que as expectativas para esse começo do projeto foram mais do que superadas. “Muita coisa boa veio nesses últimos meses, nosso trabalho está com maior visibilidade e estamos criando parcerias”.

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