“A Matemática está em tudo” é o tema central da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2017, que acontece em todo o País entre 23 a 29 de outubro. No Rio de Janeiro, estudantes do ensino médio e fundamental se dividiram em grupos para elaborar projetos científicos ou artísticos que retratam a influência cotidiana da disciplina. Os resultados serão apresentados durante a Semana de Ciência e Tecnologia da Zona Oeste – evento que acontece desde 2005 e reúne escolas municipais, estaduais, particulares e ONGs da região.

Esse é o caso dos alunos  do ensino médio integrado em Telecomunicações do Colégio Estadual Hebe Camargo Aristides Augusto, Luiz Felipe e Lucas Veras. Eles decidiram montar um circuito no Arduíno Uno para ilustrar como algumas conversões binárias ocorrem diariamente. “Vamos falar sobre circuitos eletrônicos e como eles trabalham com números, somas e subtrações”, descreve Aristides.
A escolha do projeto e sua forma de execução foram decididas exclusivamente pelo trio de estudantes, cabendo aos professores da escola apenas a função de orientação. Para o diretor-geral do Colégio, William de Oliveira Menezes Junior, esse modelo de projeto que assegura o protagonismo do aluno é, justamente, um dos segredos para que a aprendizagem se concretize.
“Existem várias formas de aprender Matemática, e isso reflete nos projetos que os alunos apresentam. A partir daquilo que gostam e se identificam, eles enxergaram nesta matéria algo mais amplo do que a sala de aula”, assinala.
“Os jovens devem gerenciar o projeto de forma autônoma, sendo responsáveis por todas as etapas de sua execução. Ou seja, os estudantes são chamados a articular teoria e prática e também a exercitar as suas habilidades de liderança, criatividade e autogestão”, acrescenta a coordenadora do projeto colaborativo Laboratório Sustentável de Matemática (SEEDUC-RJ), Daniela Mendes Vieira da Silva.
Apenas no Hebe Camargo, 419 alunos estarão envolvidos diretamente na Semana de Ciências. A lista de projetos a serem apresentados inclui medidor de frequência cardíaca, controle de caixa d’água, torneira e irrigação de gramado automáticos e bengala inteligente.
Multiplicando ideias 
As artes também se farão presentes na Semana de Ciência e Tecnologia da Zona Oeste. Uma das apresentações será do Grupo RUA – Revolução Urbana de Arte. Idealizado por Douglas Rodrigues, bacharel em Dança, o coletivo reúne estudantes de cinco a 20 anos de diversas escolas da região, além de um grupo formado por pais.
“No início, os alunos não conseguiam ver a relação entre a dança e a Matemática. Mas, além da contagem para estabelecer o ritmo, há a relação direta com o corpo para criar formas, níveis, diagonais e paralelas. Ou seja, há uma aplicabilidade da Matemática no palco”, resume o educador.
A companhia também promete se apoiar na Matemática para contar poeticamente a sua história. “Começamos com dez jovens e, hoje, somos em 70, com ambição de agregar outros mais. Essa multiplicação de ideias também é Matemática”, destaca.
Menos medo, mais integração
A aproximação da Matemática com a realidade dos estudantes é uma forma criativa de combater a aversão à disciplina, tão comum nas escolas brasileiras. “Esse tema nacional contribui para quebrar a imagem desta matéria como disciplina desconectada da sociedade, proporcionando novas descobertas e encantamentos”, comemora Daniela.
Já para a coordenadora-geral da Semana de Ciência e Tecnologia da Zona Oeste do Rio de Janeiro e professora Carolina Neves Direito os projetos da feira também ajudam os estudantes da rede pública a visualizarem novas possibilidades de futuro. “A Semana ajuda a despertar o interesse por coisas novas. E que também cabe ao estudante se mobilizar, interagir e se apropriar do conhecimento disponível”, completa.
A Semana de Ciência e Tecnologia da Zona Oeste do Rio de Janeiro conta com o apoio do Instituto Claro. O evento é aberto a toda a comunidade.
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