https://youtu.be/K47yuyuk-qQ

Foram bons anos na USP estudando a economia sob um viés tradicional, em uma das graduações mais reconhecidas do país, até Felipe Bannitz, um dos três vencedores da modalidade “Inovar na Comunidade” do Prêmio Instituto Claro 2010, encontrar o caminho de uma economia que se distancia da lógica da maximização dos lucros e se aproxima da ideia de inclusão social e redução da desigualdade por meio de iniciativas que priorizam o desenvolvimento local.

Desde que colocou os pés na Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da USP, ainda no início da década passada, abraçou ideias empreendedoras e passou a trabalhar para desenvolvê-las. Atualmente, Bannitz exerce papel estratégico em uma outra Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, a da Fundação Getúlio Vargas, além de presidir o ISES (Instituto de Socioeconomia Solidária). Parte do seu tempo é dedicada a pensar formas inovadoras de expandir uma metodologia de incubação que vem dando certo e contribuindo com a profissionalização de cooperativas que trabalham com foco na geração de renda.

Incubar, nesse caso, tem o significado de desenvolver um processo educativo por meio de aulas, oficinas e assessorias que preparam novos empreendedores, geralmente pessoas de baixa renda, para encarar o mercado. “A nossa forma de fazer vem dando certo e agora queremos ganhar escala, fazer mais, em mais lugares, e para isso as TICs [tecnologia da informação e comunicação] são realmente essenciais”, afirma Bannitz, que foi premiado com o projeto Incubação Online de Negócios Inclusivos

Articulação presencial e a distância

Maria Pia Parente

Agricultora do projeto Caoby, que utiliza tecnologias sociais no seu dia a dia

O “fazer mais” ao qual Felipe Bannitz se refere não significa atender, diretamente, mais empreendedores. A proposta é capacitar associações e cooperativas para que estas possam funcionar como incubadoras locais e, assim, preparar potenciais empreendedores, repassando a metodologia que já foi aplicada a cerca de 60 negócios inclusivos, a exemplo do Projeto Caoby, em São Paulo, e capacitou mais de 70 entidades de apoio e fomento à economia solidária. “Para que as associações e os empreendedores capacitados tenham certa autonomia e meios de recorrer a um reforço da aprendizagem chegamos ao formato da incubação online”, explica. O Caoby, embora ainda não tenha sido incubado online, já utiliza tecnologias sociais desenvolvidas pela equipe de Bannitz, a exemplo dos sistemas de gestão financeira e de controle de material. Este último, de acordo com Maria Pia Parente, coordenadora do projeto, é de extrema importância para manter o status de produção orgânica obtido pela cooperativa de agricultores, uma vez que a certificadora, a Organização Internacional Agropecuária, exige que o controle de tudo o que vai para a terra seja entregue em formato digital.

Sistema Integrado de Gestão de Negócios Inclusivos

Com o Prêmio do Instituto Claro, de R$ 25 mil, será desenvolvido o SIGNI (Sistema Integrado de Gestão de Negócios Inclusivos), plataforma online que integrará todas as ferramentas web utilizadas no processo de incubação. “Temos três metas para o primeiro momento do projeto”, revela o economista.

A primeira delas é o desenvolvimento de um plano de negócios em uma linguagem acessível para um público que, não raramente, é de baixa escolaridade. “Queremos que as pessoas acessem esse ambiente e os documentos e reflitam sobre definição de custos, metas de produção, pois tudo isso é fundamental no período de gestação de um empreendimento”, comenta o economista.

O passo seguinte é a implementação de um sistema de gestão operacional –que trabalha a questão da distribuição do resultado do trabalho. A terceira meta fica por conta de um sistema de gestão de encomenda, que auxilia a estruturar a logística de atendimento aos clientes, calcular prazos de entrega etc.

Conheça aqui alguns empreendimentos incubados presencialmente pela ITCP-FGV.

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