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 “A história nos mostra que é fácil, numa democracia, você pedir ditadura. 

O impossível é numa ditadura você lutar pela democracia, 
sem receber as consequências disso.”
(Lira Neto, em entrevista exclusiva ao NET Educação)
Lira Neto vê analogias entre 1954 e o 
cenário atual (Foto: Marcelo Parada)
Autor de várias biografias, Lira Neto lançou recentemente três livros, pela Companhia das Letras, que aprofundam a história de Getúlio Vargas. O gênero biografia foi sua escolha ao perceber que o jornalismo diário não permitia a pesquisa e a análise mais ampla dos fatos.
Ganhador do Prêmio Jabuti de literatura em 2007 e 2010, pelas biografias “O inimigo do rei: Uma biografia de José de Alencar” e “Padre Cícero: Poder, fé e guerra no sertão”, o NET Educação entrevistou Lira para conhecer a sua visão do contexto atual. Ele fez uma análise apontando semelhanças e diferenças entre o final da Era Vargas e o cenário do Brasil contemporâneo.
Lira afirma a necessidade de ter cautela ao analisar um período histórico por meio das lentes e dos valores do tempo presente. No entanto, o jornalista vê pontos comuns entre 1954 e 2015. No áudio, aponta aspectos que marcaram aquele período, como a polarização que reduzia o debate político para classificações de ser governista e conivente com as denúncias ou de ser antigovernista e golpista. Destaca, ainda, o isolamento de Getúlio e a perda da base aliada.
Por outro lado, o entrevistado ressalta diferenças importantes entre outros períodos da nossa história e o que vivemos agora. Hoje, os militares não se colocam como solução para a crise e as instituições estão mais sólidas. Segundo Lira Neto, “a gente vive um momento de indefinições e possibilidades, mas eu tenho absoluta certeza de que o final também será diferente, ou seja, não teremos aquela comoção nacional que representou o agosto de 54”, quando Getúlio Vargas cometeu o suicídio.

Ainda, o biógrafo justifica a importância do estudo da história para entendermos que há comportamentos estruturais e sistêmicos na sociedade. A corrupção e o desrespeito às regras mínimas de convivência são duas destas atitudes que estão na formação do brasileiro. Entender a história de forma mais aprofundada é uma maneira de formar cidadãos críticos, que possam escrever um futuro diferente.

LINKS:
– Ouça também Laurentino Gomes, outro jornalista que revê a história do Brasil em seus livros, no podcast “Livro Aberto: 1822 é a versão juvenil da independência do Brasil”

Créditos: os áudios de discursos do presidente Getúlio Vargas e do Repórter Esso (anúncio do suicídio em 54) foram extraídos do CD que acompanha o livro “Histórias que o rádio não contou”, de Reynaldo Tavares.

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