Um bom começo para o diálogo é concebê-lo como necessário para estabelecer relações verdadeiras e efetivas. É uma necessidade humana, que o ser humano constrói conhecimento, que se ampliam as possibilidades comunicativas e a informação circula com fluidez.

Uma das maneiras de envolver e de comprometer o ser humano em um diálogo é mantê-lo com base em necessidades existenciais.

Mas a existência tem sido redesenhada continuamente e ela própria, a existência, é muito diversa.

Uma das muitas autorias do desenho da existência é a Economia Mundial, ela dita muitas linhas: a do desenvolvimento de alguns países e a crise de outros, ela também determina o modo de produção que supre uma demanda de consumo também gerada por ela, com a influencia da mídia.

A sociedade é diversa em muitos aspectos, sócio-histórico-cultural, e as classes sociais é um deles que pode indicar que nem todos têm o mesmo grau de acesso e de participação das dinâmicas existenciais. Um exemplo é a de poder ter acesso à formação para competir no mercado de trabalho, ou de participar igualitariamente nos processos que produzem tecnologia, comunicação e informação, ou ainda, de poder contar com um sistema de saúde eficiente, segurança e transporte públicos de qualidade, seria uma lista enorme, mas já temos uma lista e tanto!

É aí que entra a função social da educação, a primeira é ofertar um serviço de qualidade para todos igualmente.

 A educação faz parte desses redesenhos existenciais, mas, quanto mais ela se estabelece através do diálogo, mais ela consegue redesenhar a realidade para beneficiar esta humanidade.

Outra perspectiva para a manutenção do diálogo é a abordagem curiosa e lúdica sobre as dimensões do conhecimento humano.

Segundo, Freire e Guimarães (1982), a curiosidade e a espontaneidade como capacidades naturais do ser humano, estão associadas diretamente à sua potencialidade de construção de conhecimento e à sua comunicabilidade. A ação educativa cria espaços onde a curiosidade pode se manifestar livremente em seu grupo social, sobre os acontecimentos que envolvem a sua realidade. Então a abordagem que faremos sobre a educação se dará sobre quatro molas propulsoras do conhecimento humano: o diálogo, as relações, a curiosidade e a ludicidade.

Aprender pode ser uma experiência lúdica porque estimula e satisfaz a curiosidade. Toda vez que nossa atenção é fisgada por uma atitude curiosa, uma metodologia interna se ativa, nosso sistema nervoso conspira em favor da aprendizagem e libera enzimas responsáveis por uma sensação boa de aprender com prazer!

Mas quem ensina, nunca só ensina, aprende muito com este processo, não por acaso a melhor maneira de nomeá-lo é processo ensino-aprendizagem, por si carrega esta dualidade poderosa, retomando o foco de que quem planeja ensinar não visa apenas o prazer, mas já tem em mente o redesenho da realidade, tem um poder de visão de transformação.

Por onde passa um educador o caminho se transforma e para melhor, ele não é ingênuo e sabe que seu grande poder se encontra no diálogo aberto que permite a participação ativa de seus alunos e suas famílias, que nada faz sozinho!

Com isso a comunicabilidade vai se fortalecendo, o ser humano sempre pode se permitir ensinar e aprender e quanto mais exercita esta possibilidade, mais ele estabelece relações e interações importantes que vão colaborando para as mudanças que tornam o desenho da vida melhor!

O Instituto Claro abre espaço para seus colunistas expressarem livremente suas opiniões. O conteúdo de seus artigos não necessariamente reflete o posicionamento do Instituto Claro sobre os assuntos tratados.

Autor Simone Marconatto

Simone é graduada em Biologia e Pedagogia. Pós-graduada em Sexualidade Humana, Fundamentos Teóricos e Práticos em Educação e Tecnologia e Educação, e mestre em Novas Tecnologias Aplicadas à Educação, pela UNICAMP.

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