O Brasil apresentou diferenças de gênero relacionadas à aprendizagem nos dados divulgados, hoje (3/12), pelo Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (Pisa). As meninas superaram os meninos em relação à leitura em 26 pontos, enquanto a média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi de 30 pontos.
Em contrapartida, os meninos superaram o gênero feminino em matemática em nove pontos. A média das nações da OCDE foi de cinco.
Já na categoria ciência, ambos os gêneros apresentaram desempenho semelhante. Na média da OCDE, meninas superaram os meninos em dois pontos.
O Pisa apresenta o desempenho de alunos com 15 anos em 79 países e territórios nas categorias de matemática, ciências e leitura. Nas médias gerais, o Brasil repetiu o desempenho ruim dos últimos anos, permanecendo entre as 20 países do mundo nas três categorias.
Perspectiva de futuro
Em relação aos alunos de alto desempenho em matemática ou ciências, um em cada três meninos no Brasil espera trabalhar como engenheiro ou profissional de ciências aos 30 anos, contra uma em cada cinco meninas com os mesmos objetivos.
Cerca de duas em cada cinco meninas de alto desempenho deseja trabalhar em profissões relacionadas à saúde, enquanto apenas um em cada quatro meninos de alto desempenho espera isso. Apenas 4% dos meninos e quase nenhuma menina no Brasil afirmaram ter intenção em trabalhar em profissões relacionadas às Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).
A desigualdade social também foi um fator que influenciou o desempenho em leitura, matemática e ciências no Brasil. Os alunos de nível socioeconômico alto superaram os alunos de nível baixo na leitura em 97 pontos. A média da OCDE foi de 89 pontos. No Pisa 2009, a diferença de desempenho na categoria relacionada ao status socioeconômico era de 84 pontos no Brasil, enquanto a média foi de 87 pontos.
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