Somente nove de 21 entes federativos brasileiros orientam efetivamente seus currículos para o ensino do inglês como prática social, ou seja, com foco no seu uso efetivo, como se apresentar a pessoas, fazer compras e pedir informações.
Os dados integram o estudo “Políticas Públicas para o Ensino do Inglês”, realizado pelo British Council. O levantamento, que traçou um panorama da disciplina na rede pública brasileira, classificou os estados em quatro níveis quanto ao uso da língua inglesa nos seus currículos:
– Acre, Paraíba, Paraná e Distrito Federal possuem um currículo totalmente voltado para o uso da língua como prática social;
– Amapá, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro apresentam um currículo predominantemente voltado para a prática social;
– Bahia, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo possuem currículo totalmente focado na gramática;
– Rondônia, Tocantins, Alagoas, Ceará, Maranhão, Piauí, Sergipe, São Paulo e Rio Grande do Sul apresentam currículo predominantemente voltado à gramática.
Professores sem formação
Segundo o estudo, além da carência de currículos voltados ao uso social da língua, outro grande déficit que afeta o desenvolvimento do inglês nas escolas públicas é a falta de educadores capacitados.
Apenas 45% dos 62 mil professores da disciplina na rede pública (Censo Escolar 2017) têm graduação na área de línguas estrangeiras ou inglês. Mais da metade dos estados não oferece nenhum tipo de formação específica, apoiando assim a formação continuada desses profissionais. O documento lembra que, sem docentes especializados, a implementação de um currículo que entenda a língua como prática social é dificultada.
O estudo ainda relata que faltam professores de inglês nas escolas públicas: a média é de 143 alunos por docente no ensino fundamental e 178, no médio. Em Roraima, o índice chega a 720 e 680 por educador, respectivamente. Além disso, 40% deles são contratados em caráter temporário.
A pesquisa mostrou, também, que as políticas públicas voltadas para o ensino de inglês estão em diferentes estágios de estruturação e consolidação no Brasil. As aulas da disciplina se tornarão obrigatórias no próximo ano, após as mudanças na Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional que contemplam a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
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Crédito da imagem: undrey