As avaliações de aprendizagem em larga escala podem provocar efeitos colaterais na educação, como limitar o currículo ou serem utilizadas para embasar políticas públicas inadequadas. Esses são alguns dos destaques do relatório “A promessa das avaliações de aprendizagem em larga escala: reconhecer os limites para desbloquear oportunidades”, lançado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Segundo a entidade, a publicação visa contribuir para o debate, analisando aspectos positivos dessas provas em larga escala e esclarecendo as consequências negativas que elas podem acarretar. O documento reforça que o uso de classificações de resultados nos países e também entre eles pode estimular uma dinâmica de competição. E, por sua vez, promover a adoção de políticas impulsionadas pelo desejo de imitar determinadas nações, ao invés de aprender com elas. Outra armadilha seria o ensino da dinâmica dos exames aos alunos, visando maquiar resultados.
“Os possíveis efeitos colaterais decorrem de como elas são projetadas e do possível uso indevido dos dados das avaliações para fundamentar políticas e práticas educacionais”, diz o texto.
“Um foco excessivo nos resultados das provas, ou atribuir-lhes uma credibilidade exagerada, pode ter um efeito de desvio e distração”, acrescenta. “O impacto dos dados das avaliações na formulação de políticas será desperdiçado se a ação política se voltar única ou principalmente para melhorar os números, em vez de envolver mudanças substanciais”.
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Crédito da imagem: reprodução relatório “A promessa das avaliações de aprendizagem em larga escala”