“Para conhecer uma cidade por inteiro, é preciso conhecer a educação dela”. Caio Dib, autor da frase, partiu deste princípio para se jogar no projeto Caindo no Brasil, uma viagem por cerca de 50 cidades brasileiras com o intuito de encontrar boas iniciativas educacionais. Jornalista recém-formado, que sempre trabalhou com educação, Caio sentia que deveria conhecer o mundo além do escritório e acredita que a educação é um dos principais pilares para entender as pessoas.

Logo em sua primeira visita, ele conheceu a Escola Municipal Dr. Carlos Guimarães, na periferia de Belém, no Pará, que foi totalmente reformada para levar adiante um projeto sustentável que vai muito além do cuidado com o meio ambiente. “É um projeto consistente, onde todos estão envolvidos, desde os funcionários e alunos até a comunidade ao redor”, conta. O que começou com uma pequena horta, dois anos atrás, é hoje um meio de renda e sustentação para a escola, que utiliza tudo o que produz.

Para estruturar o projeto pedagogicamente, todos os professores e funcionários passaram por formações específicas para entrarem em sintonia. E eles ainda repassam este conhecimento para a comunidade. “Quando estive por lá eles estavam dando oficinas para a comunidade sobre como reutilizar óleo de cozinha, por exemplo”, relata Caio.

Há dois meses e meio na estrada e com 15 instituições visitadas, Caio já sente a importância das histórias das pessoas para seu projeto. “Eu achava que deveria encontrar apenas boas iniciativas, mas percebi como é importante encontrar histórias de pessoas e não apenas de instituições”, explica. Sempre que encontra tempo, ele alimenta um blog e uma página no Facebook contando as experiências que vive em cada lugar. “É impressionante como as pessoas estão se envolvendo no projeto sem nem me conhecer. No Facebook, recebo dicas de escolas e hotéis para me hospedar. É um projeto colaborativo”.

A criação de uma rede de contatos é um dos principais objetivos de Caio, que acredita que as boas iniciativas não devem ficar isoladas. Em cada lugar que passa, ele pede um presente significativo para a escola. Quando chega ao próximo destino, ele repassa este presente com os contatos da escola, para que haja uma troca de experiências. “Eu só vou saber o resultado disso quando voltar para São Paulo. Estou ansioso”, diz.

Alguns dos projetos pelos quais passou ainda estão engatinhando, enquanto outros já deram passos mais largos. Mas o mais importante, segundo ele, é perceber como estas pequenas iniciativas isoladas estão criando jovens atuantes e protagonistas de suas próprias histórias. “Os projetos mais interessantes que conheci são aqueles que dão voz ao jovem, que formam cidadãos e profissionais através do trabalho em grupo, dos diálogos e dos desafios”, aponta.

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