O Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), em parceria com a Fundação Santillana e a Editora Moderna, disponibilizou gratuitamente o e-book “Razões e desafios do gestor da Educação: dez entrevistas sobre a prática educacional”. O livro analisa os desafios e dilemas enfrentados pelo gestor público, personagem responsável por criar condições para que o direito à educação se cumpra e sobre qual também recai o ônus e o bônus dos resultados.
Para isso, a publicação traz depoimentos de dez gestores educacionais que fizeram parte da história recente da educação brasileira e que atuaram em diferentes governos, em âmbito federal, estadual e municipal. Foram entrevistados, entre 2011 e 2017, nomes como Maurício Holanda Maia, Rita Coelho, Joaquim Bento Feijão, André Lázaro e Binho Marques, Frederico da Costa Amâncio, José Henrique Paim Fernandes, Macaé Evaristo, Maria Helena Guimarães Castro e Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva.
“A gestão educacional é um desafio complexo em qualquer parte do mundo. As decisões de ministros e secretários de educação têm impacto direto na vida de milhares e até milhões de alunos, pais e professores. Raramente decisões corriqueiras relacionadas à matrícula ou ao transporte escolar, por exemplo, são banais”, pontua a coordenadora de pesquisas do Cenpec, Joana Buarque de Gusmão.
“Assim, o objetivo do livro é entender a ‘cabeça do gestor’. Como pensa e toma decisões? Em que condições? Que saberes e habilidades mobiliza? De que maneira se posiciona diante dos conflitos e das escolhas inerentes à sua atuação?”, destaca
Contexto desafiador
Segundo Gusmão, o livro pode contribuir para a formação dos atuais e futuros gestores educacionais. “No Brasil, essa tarefa ganha ainda mais relevância, considerando que temos mais de 48 milhões de alunos na educação básica, 2,5 milhões de crianças, adolescentes e jovens em idade escolar fora dela e enormes desafios para garantir a aprendizagem de todos”, finaliza.
A educadora ainda acredita que a publicação é importante em um contexto desafiador para os gestores que entrarão em exercício no próximo ano. “Por um lado, o país não pode esperar mais para garantir educação de qualidade para todas e todos. As demandas sociais e econômicas por educação de qualidade têm mobilizado a população e obrigaram a União, os estados e os municípios a se comprometerem com as metas dos planos de educação”, contextualiza.
“Por outro lado, o contexto de crise econômica e institucional tem dificultado muito o avanço na regulamentação, no financiamento e na oferta da educação desejada. Mais do que nunca, os gestores precisarão criar respostas ágeis, inovadoras e devidamente pactuadas para avançar na garantia desse direito”, finaliza.
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