O jornalista Antônio Gois entrevistou 13 ex-ministros da Educação que ocuparam a pasta entre os governos João Baptista Figueiredo (1979-1985) e Dilma Rousseff (2011-2016). O resultado foi a criação do livro “Quatro décadas de gestão educacional no Brasil – Políticas públicas do MEC em depoimentos de ex-ministros”, lançado em 4 de junho de 2018 pelo Instituto Unibanco e Fundação Santillana”. A obra foi disponibilizada gratuitamente pela internet no Observatório da Educação e no site da Fundação Santillana.

Além dos ministros, também foi ouvida Maria Helena Guimarães e Castro, que fala em nome de Paulo Renato Souza, falecido em 2011. Para completar, as entrevistas em vídeos foram também transformadas em websérie e podem ser acessadas no Observatório da Educação.

“É importante ouvir esses ex-ministros porque muito da memória da gestão educacional se perde depois que essas pessoas deixam o Ministério da Educação (MEC). Uma parte dessa memória pode ser resgatada por meio de pesquisa em documentos históricos. Mas uma parte da história da gestão nem sempre é captada, pois há sempre bastidores que não constam da cobertura da imprensa da época ou de documentos. Por exemplo, a influência do Brizola no MEC na época de Collor; a negociação do governo Fernando Henrique Cardoso para aprovar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef); ou o diálogo entre os antagônicos Tarso Genro e Antônio Carlos Magalhães, na época senador, para aprovação do Programa Universidade Para Todos (ProUni)”, relata o jornalista.

Segundo ainda o pesquisador, o retrospecto das políticas do MEC nos últimos 40 anos, pela visão dos ministros, ajuda a entender contextos que são mais ou menos favoráveis a avanços. “Fica claro, por exemplo, que as políticas públicas mais consistentes são conseguidas em períodos de governos fortes, com apoio no Congresso, e em momentos de economia crescendo. Em tempos de crise, é muito difícil manter as políticas, e isso se reflete na grande troca de ministros no cargo nessas situações”, aponta.

“Em tempos de crise, quase nunca essas trocas acontecem por necessidade de revisão da política educacional, mas sim por necessidade de ampliar a base parlamentar do governo”, complementa.

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