A linguagem da programação pode ser uma forma diferente de ensinar conteúdos matemáticos, como geometria espacial, função e a resolução de problemas. O mesmo vale para a aprendizagem de física, em que a metodologia pode ajudar o ensino de conceitos de cinemática.
Para orientar e inspirar os professores, reunimos seis links de profissionais que colocaram a iniciativa em prática em suas salas de aula. Para isso, eles apostaram nas linguagens Scratch e Python, de fácil utilização. Entre os links compilados, há sugestões de projetos tanto para o ensino fundamental quanto para o médio.
Projeto – Scratch como ferramenta para o ensino da matemática (geometria espacial)
O site Scratch Brasil reúne diversos tipos de materiais que ajudem o professor a trabalhar com a linguagem de programação Scratch na elaboração de projetos educativos. Este projeto de geometria teve como objetivo trabalhar as medidas das principais figuras espaciais, área e volume por meio dos comandos. O conteúdo é voltado para os alunos do 3º ano do ensino médio.
Vídeo – Polígonos regulares e Scratch
O vídeo ensina a desenhar polígonos regulares, como o quadrado, a partir da linguagem de programação Scratch. A iniciativa é do governo de Portugal e faz parte do projeto “Iniciação à programação no 1º ciclo do ensino básico”.
Artigo – Física, programação e ensino fundamental: uma combinação possível
Participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), os professores Juliana Rodrigues dos Anjos e Agostinho Serrano de Andrade Neto, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, apostaram no Scratch para trabalhar conceitos de cinemática e introdução da linguagem de programação no fundamental. “Como, no país, física é predominantemente desenvolvida a partir do ensino médio, o aprendizado nos anos anteriores acaba ficando abandonado e este trabalho é uma tentativa de discutir atividades que podem ser realizados já neste nível”, explicam.
Dissertação – O uso da lógica de programação para a educação matemática no ensino médio: experiências com o Scratch
A pesquisadora Samantha Pinto da Silva, do programa de pós-graduação em ensino de ciências e matemática da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), aplicou a linguagem de programação Scratch na resolução de problemas matemáticos. A atividade foi realizada com alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola estadual de Pelotas (RS). “Observou-se que a lógica de programação para a resolução de problemas e as atividades em grupo na criação de algoritmos proporcionaram aulas mais dinâmicas e motivadoras à aprendizagem”, destaca.
Dissertação – Noções de programação estruturada em Python no ensino de física: um caminho para o ensino médio por meio da cultura lúdica
Em sua dissertação para o programa de pós-graduação em educação em ciências e matemática (PRPG), da Universidade Federal de Goiás (UFG), a professora Giovanna Moreno Parizotto usou noções de programação estruturada em linguagem Python para o ensino de física no primeiro ano do ensino médio noturno. Seus focos foram “aspectos ligados a noções de jogo” e reconhecer “o game como lugar de emergência da cultura lúdica”.
Reportagem – Escola usa programação de games para aproximar alunos da matemática
Os jogos digitais se faziam bastante presentes no dia a dia dos alunos do ensino fundamental do Centro Educacional Pioneiro, em São Paulo (SP). Isso motivou as professoras Cintia Shimohara (matemática) e Elaine Silva Rocha Sobreira (tecnologia educacional) a usarem os games para aproximar os estudantes do 5º ano dos conteúdos curriculares da matemática. Para isso, elas utilizaram a linguagem de programação Scratch, que permitiu aos alunos criarem seus próprios games.
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