A gordofobia, que é o preconceito ou a discriminação contra pessoas gordas, é considerada um problema estrutural, que impacta não só na saúde física e mental, mas também influencia na forma como essas pessoas se percebem e nas histórias que contam sobre si mesmas. Uma questão surge do problema: como desafiar a lógica da culpa imposta aos corpos gordos?
Segundo a jornalista e pesquisadora Agnes Arruda, é importante a pessoa gorda se apropriar das próprias histórias, relatando experiências do ponto de vista de quem as vive, não a partir de narrativas estabelecidas por terceiros, particularmente pela mídia.
“A gordofobia estrutural coloca no individual a responsabilização pelo corpo gordo. É um preconceito de invisibilização. Em última instância, a pessoa gorda não deveria existir”, diz a especialista. “Uma vez que a gente compreende a lógica do preconceito, a gente consegue se desprender disso e se reconstruir sob uma outra perspectiva.”