As consequências da crise climática, que afetam o Brasil e o mundo, ocasionam alterações nas condições normais do clima: desertificação de áreas semiáridas, escassez de água potável, enchentes e inundações, a drástica e crescente redução da biodiversidade, entre outros exemplos.
Apesar de não ser a principal responsável pela emissão de gases de efeito estufa, as atividades agrícolas também podem contribuir para o seu aumento. Porém, uma aliada no combater destes efeitos nocivos ao meio ambiente é a agroecologia, ou seja, um modelo de agricultura alternativa baseada em práticas sustentáveis, que envolvem o manejo ecológico dos recursos naturais. Diferentemente da agricultura convencional, a agroecologia não usa monocultura, transgênicos, fertilizantes industriais e agrotóxicos.
Segundo Mauro Spalding, engenheiro agrônomo e gestor no Instituto Kairós (@institutokairossp), a agroecologia é um caminho possível para uma transição sustentável na agricultura convencional brasileira. Segundo ele, o modelo atual é prejudicial para a biodiversidade. “A gente está sempre pensando no [meio] ambiente como um ser vivo e complexo, que precisa ter suas necessidades também atendidas”, explica.
Tomar medidas para mitigar esses efeitos têm sido um trabalho construído principalmente pelas organizações e movimentos sociais. Por meio da agroecologia diversas famílias agricultoras camponesas podem preservar os ecossistemas nos diferentes biomas brasileiros. “O agricultor agroecológico está interessado na saúde que o alimento pode dar a ele”, completa o agroecologista João Padula.
Na entrevista, Mauro Spalding e João Padula explicam como a agroecologia pode ser encarada como uma alternativa de adaptação às mudanças climáticas, sobretudo em um país com muita atividade agrícola como é o caso do Brasil.