As mudanças climáticas ganham mais atenção conforme seus efeitos deixam de ser abstratos e se manifestam concretamente em nosso cotidiano. Enchentes, secas prolongadas e ondas de calor não afetam apenas o meio ambiente, repercutem também na vida das pessoas, na economia e nas estruturas sociais. Um problema global, mas que atinge de maneira desigual comunidades historicamente vulnerabilizadas, revelando as dimensões do racismo climático.
Essas questões ganham corpo no segundo episódio do videocast “Entre Mundos”, que recebe a socioambientalista Amanda da Cruz Costa, embaixadora da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil e fundadora do Instituto Perifa Sustentável.
No programa, a especialista afirma que compreender e enfrentar a crise climática passa pela educação. “Por meio da educação a gente consegue formar as próximas gerações para que tenham uma visão diferente de mundo”, afirma. “O que transforma a sociedade é o trabalho de base e o engajamento comunitário, para que possamos exercer pressão de baixo para cima, e não apenas esperar decisões impostas de cima para baixo.”
Costa ainda reforça a necessidade de dar voz aos países do Sul Global e a comunidades periféricas, historicamente marginalizadas e afetadas de maneira desproporcional pelos efeitos da crise. Em 2025, o palco global desse debate é justamente o Brasil, que sedia em novembro a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30). “É uma possibilidade para que a gente consiga romper bolhas e alcançar mais pessoas”, diz ela.