Uma nova edição do Diálogos Gigantes aconteceu nesta-segunda-feria (26/2), no Rio de Janeiro (RJ). O evento promovido pelo Instituto Claro faz parte de uma série de ações para criar espaços de conversa que tragam diferentes visões e estimulem o público a refletir sobre temas nas áreas de educação, cultura e cidadania.
A cerimônia contou com a presença de interessados nas temáticas e parceiros do Instituto, além de formandos do programa Dupla Escola e seus acompanhantes. O programa é uma iniciativa do Instituto Claro, que promove formação técnica no curso de telecomunicações.
No palco, foi discutido o tema “A importância da escola na formação do cidadão e na consolidação da paz”, que objetivou debater a importância da educação para temas relevantes como a democratização da informação e a integração de diferentes gerações por meio do diálogo.
O debate contou com a participação de Daniely Gomiero, vice-presidente de projetos do Instituto Claro; Ítalo Dutra, chefe de educação do Unicef Brasil; Joana Chagas, gerente de programas da ONU Mulheres Brasil; e Caroline Dantas Silva, recém-formada pelo Dupla Escola. A conversa, mediada por Ilona Szabó, diretora-executiva do Instituto Igarapé, foi transmitida ao vivo pelas redes sociais e pode ser acessada pelo link.
Ao iniciar o debate, Gomiero ressaltou o quanto fica feliz ao ver a garra dos mais jovens em relação ao futuro do país. Além disso, falou sobre o papel das empresas no apoio à educação: “O setor privado tem uma responsabilidade enorme, também, na atuação contra a violência. Pode ser feito! Por isso, temos que insistir na educação”, diz.
Ilona Szabó abriu o debate afirmando o quanto a escola é importante para diminuir os índices de violência. “Dos 60 mil brasileiros assassinados, mais da metade são jovens, a maioria são negros, homens e com baixa escolaridade. No sistema prisional, 75% não acessaram o ensino médio”, explica. “Na minha trajetória, do que tenho visto, destaco que, para pararmos de alimentar o ciclo da violência, o caminho é a educação. Um tema prioritário, que precisa ser importante para nós e também para quem nos governa”, diz.
Ítalo Dutra reforçou sobre o que faz com que os jovens não estejam nas escolas. “Muitas vezes, o que leva a criança a não frequentar as aulas é relacionado a algum direito que, antes, foi negado a ela. Há barreiras como discriminação de gênero e racial, trabalho infantil e exploração sexual.”
Caroline Dantas complementou a fala de Ítalo ressaltando o quanto a educação foi um caminho para evitar a violência. “Essa é a melhor forma de você ser alguém! Se o jovem tiver acesso ao ensino, ele será uma barreira contra a violência. Eu vejo, todos os dias, garotos se envolvendo com drogas”. Ela também avaliou o quanto a educação e a família são relevantes nesse processo. “O apoio foi essencial para meu crescimento. É muito bom você olhar ao redor e ver que não está sozinho. Quantos jovens acordaram hoje e procuraram asilo no tráfico? O apoio da família e dos professores é tudo”, afirmou a recém-formada.
Equidade de gênero
Outro ponto destacado durante o debate foi a importância do ensino na prevenção da violência contra as mulheres e para a igualdade de gênero. “Educação é o fator mais transformador de indivíduos na sociedade. Sozinha, ela não vai transformar os cidadãos, mas, sem ela, não conseguimos fazê-lo. Ela é importante porque desconstrói estereótipos, que são nocivos e limitam oportunidades. A educação de gênero amplia a possibilidade de sonhos de meninos e meninas”, explicou Joana Chagas, da ONU Mulheres.
Ítalo ainda ressaltou a importância do programa Dupla Escola nessa discussão de gênero, pois 60% dos formandos da atual turma são mulheres. “Essa é uma realidade nova para o ensino técnico e profissional em nosso país. Esperamos que essas experiências se multipliquem e que mais jovens tenham a oportunidade de realizar seus sonhos.”
Também durante o evento, foi comemorada a formatura dos alunos do Dupla Escola. No encerramento, os participantes assistiram a um pocket show com a presença da cantora Fernanda Abreu e do grupo Dream Team do Passinho. A ideia foi a de estabelecer um diálogo também por meio de uma apresentação musical. Os artistas cantaram em parceria os sucessos de cada um.