Conteúdos

Esse plano de aula de história apresenta o movimento da Semana de Arte Moderna de 1922, abordando o contexto histórico em que ocorreu e identificando suas principais características.

● Modernismo;
● Semana de Arte Moderna;
● História da arte;
● História do Brasil; e
● História da cidade de São Paulo.

Objetivos

● Conhecer o movimento da Semana de Arte Moderna de 1922;
● Identificar as principais bandeiras levantadas pelo movimento modernista de 1922;
● Refletir sobre o contexto em que ocorreu a Semana de Arte Moderna de 1922; e
● Analisar as características da Semana de Arte Moderna e seus protagonistas, a partir de uma perspectiva crítica.

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Palavras-chave:

Semana de Arte Moderna. Modernismo. Elite. Arte. São Paulo. Teatro Municipal.

Previsão para aplicação:

2 aulas (45 minutos/cada).

1ª Etapa: Contextualização

Observe as imagens a seguir:

villa lobos theatro municipal

● A que evento a imagem se refere?
● O que você sabe sobre ele?
● Qual a sua importância histórica?

Professor/a, esta etapa tem o objetivo de introduzir o tema para os alunos. Estimule-os a observar o cartaz, identificando os elementos que apontam a qual evento ele se refere e qual o seu contexto: data, local, nome, participações, entre outras coisas.

Aqui, aproveite para identificar os conhecimentos prévios dos alunos em relação ao tema.

2ª Etapa: Problematização e aprofundamento

Professor/a, nesta etapa você irá aprofundar com os alunos/as o que foi a Semana de Arte Moderna.

Fonte 1:

semana de arte moderna
Artistas organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. Disponível em: PucPr . Acesso em: 18 de março de 2022.

Fonte 2:

“A Semana de Arte Moderna de fevereiro de 1922, realizada em São Paulo, é importante referencial para reflexões estéticas e para a crítica de arte do país. Essa manifestação é potencializada pelo contexto em que ocorre. As questões associadas ao nacionalismo emergente do pós-Primeira Guerra Mundial e à industrialização que se estabelece, especialmente em São Paulo, motivam intelectuais e jovens artistas entusiasmados a reverem e criarem novos projetos culturais. As comemorações do Centenário da Independência do Brasil incentivam um grupo inquieto diante das possibilidades de traçar um perfil mais livre, com a quebra de cânones que impedem a renovação da criatividade artística. As ideias começam a tomar corpo com os debates em torno da exposição de Anita Malfatti em 1917-1918.”

AJZENBERG, E. A Semana de Arte Moderna de 1922. Revista de Cultura e Extensão USP, [S. l.], v. 7, p. 25-29, 2012. DOI: 10.11606/issn.2316-9060.v7i0p25-29
Acesso em: 2 abr. 2022.

● Professor/a, entregue as fontes para os estudantes e peça que realizem a leitura e a análise da imagem;

● Nesse momento, o objetivo é que os estudantes iniciem o contato com o que foi a Semana de Arte Moderna e quem foram os seus protagonistas;

● Aproveite para incentivar os estudantes a expressarem o que já sabem sobre a Semana de Arte Moderna;

● Incentive a reflexão dos estudantes, no seguinte sentido: O que eu aprendi sobre a Semana de Arte Moderna com a leitura do texto? O que eu já sabia?

● Peça que os estudantes registrem em seus cadernos as respostas, refletindo sobre o que foi a semana, em qual contexto ela ocorreu e qual a sua importância para o momento;

● Contextualize os alunos, ajudando-os a lembrar que em 1922 o Brasil completava 100 anos da sua independência de Portugal. Por isso, tratava-se um momento importante na construção da identidade nacional brasileira, que havia acabado de se tornar uma república. Os artistas que participaram da Semana de Arte Moderna sustentavam o discurso de que estavam criando uma arte “genuinamente brasileira”, rompendo com o domínio europeu na produção cultural. Entretanto, é importante reforçar que esse discurso carrega suas contradições, visto que o movimento foi diretamente influenciado pelos movimentos artísticos europeus do início do século XX como, por exemplo, o cubismo. O que os artistas brasileiros fizeram foi usar essas referências, adicionando aspectos de “brasilidade” em suas produções. É interessante que se discuta com a sala que “brasilidade” é essa, também questionando a perspectiva estereotipada da cultura popular brasileira, que vinha da elite que compunha o grupo da semana de 1922.

● Aqui, aprofunde-se na perspectiva crítica a respeito da Semana de Arte Moderna e seus componentes. Comente, por exemplo, o fato de haver somente homens brancos na foto que retrata os modernistas. Nesse sentido, faça com a turma o exercício de pensar esse movimento nos dias de hoje, tratando de temáticas indígenas e afro-brasileiras, refletindo sobre as problematizações que isso poderia trazer acerca do tema da apropriação cultural.

● Por último, incentive os estudantes a refletir o que significava ser “moderno” na perspectiva paulista do início do século XX. Comente que a cidade, hoje a maior do País, ainda estava em desenvolvimento e tinha características de uma cidade pequena, e não cosmopolita como é hoje. Aqui, lembre-os que a capital do país ficava ainda no Rio de Janeiro que era, até então, a cidade mais urbanizada, “desenvolvida” e considerada o epicentro artístico e cultural do País. O objetivo é que os estudantes compreendam a necessidade da elite artística e cultural paulista de criar uma cena em que pudessem expressar suas ideias e desenvolver o seu trabalho, criando uma “vanguarda paulistana” e projetando uma São Paulo que ainda não existia, mas que eles estavam dispostos a construir.

3ª Etapa: Sistematização

Professor/a, esta etapa tem como objetivo sistematizar os conhecimentos dos estudantes a respeito do tema trabalhado durante a aula. Para isso, oriente que a turma leia e analise o texto a seguir:

“O ano de 1922 foi bastante simbólico, pois era o primeiro centenário da independência do Brasil, e o país passava por uma série de mudanças sociais, políticas e econômicas. Após 34 anos da abolição da escravatura, o evento de arte moderna era protagonizado pela elite branca – principalmente filhos de ex-senhores de engenho ou cafeicultores. Os trabalhos, que mostravam temas brasileiros baseados, sobretudo no folclore “nativo” e nas “lendas rurais”, era algo que, nos dias de hoje, facilmente seria interpretado como apropriação cultural e apagamento negro. Nas pinturas, as minorias eram retratadas, mas na prática, artistas negros e indígenas não estavam incluídos no seleto grupo”
NUNES, Caroline. Onde estavam os negros na Semana de Arte Moderna de 1922?. Editorial Terra, 18 de fevereiro de 2022.
Disponível em: Terra.
Acesso em: 02 de abril de 2022.

Organize a turma em duplas e peça que respondam às seguintes questões após a leitura:

1. Em que contexto ocorreu a Semana de Arte Moderna de 1922?
2. Qual arte os modernistas de 1922 diziam inaugurar com o movimento da Semana de Arte Moderna?
3. Segunda a autora, qual era o perfil que compunha o movimento artístico da Semana de Arte Moderna de 1922? Quais questionamentos podem ser feitos a partir dessa composição?
4. Pensando nos temas atualmente muito discutidos, como “representatividade” e “apropriação cultural”, como isso estava presente no movimento modernista de 1922 e quais críticas podem ser levantadas a respeito deles, segundo o texto da autora Caroline Nunes?

Após o término da atividade, oriente os estudantes a trocarem as respostas entre eles, compartilhando o que compreenderam a respeito da Semana de Arte Moderna.

Plano de aula elaborado pela Professora Júlia Bittencourt.
Revisão textual: Professora Daniela Leite Nunes.
Coordenação Pedagógica: Prof.ª Dr.ª Aline Monge

Materiais Relacionados

Onde estavam os negros da Semana de Arte Moderna

Acesso em: 19 de abril de 2022.

O que foi a Semana de Arte Moderna de 1922 – Estadão
Acesso em: 19 de abril de 2022.

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