Conteúdos

Este é um plano de aula de gramática da língua portuguesa, sobre o uso das conjunções. Visa ensinar a utilizar as conjunções tanto na construção quanto na leitura de textos em português, estudando a função e os tipos das conjunções, classificadas em coordenativas e subordinativas, com exercícios de vestibulares sobre o tema.

Objetivos

● Compreender o uso das conjunções na língua portuguesa; e
● Aprender a utilizar as conjunções tanto na construção quanto na leitura de textos em português.

Veja mais:

Preposições: usos e funções

Adjetivos em língua portuguesa: usos e tipos

Palavras-Chave:

Língua portuguesa. Gramática. Conjunções.

Sugestão de aplicação para o ensino remoto:

As sugestões estão organizadas em tópicos com uma breve explicação de cada recurso.
Jitsi Meet: é um sistema de código aberto e gratuito, com o objetivo de permitir a criação e implementação de soluções seguras para videoconferências via Internet, com áudio, discagem, gravação e transmissão simultânea. Possui capacidade para até 200 pessoas, não há necessidade de criar uma conta, você poderá acessar através do seu navegador ou fazer o download do aplicativo, disponível para Android e iOS.

Trabalhando com essa ferramenta, é possível:

– Compartilhar sua área de trabalho, apresentações e arquivos;
– Convidar usuários para uma videoconferência por meio de um URL simples e personalizado;
– Editar documentos simultaneamente usando Etherpad (editor de texto on-line de código aberto);
– Trocar mensagens através do bate-papo integrado;
– Visualizar automaticamente o orador ativo ou escolher manualmente o participante que deseja ver na tela;
– Reproduzir um vídeo do YouTube para todos os participantes.

● Gravação de videoaula usando o Power Point: o PPT, já tão utilizado por nós professores para preparamos nossas aulas, também permite a gravação de uma narração para os slides, que tanto nos auxiliam na explanação dos conteúdos. É possível habilitar a função de vídeo enquanto grava, assim, os alunos verão o professor em uma janelinha no canto direito da apresentação. Essa ferramenta é bem simples e eficaz. Veja um guia.

● Envio de Podcast aos alunos: podcast nada mais é do que um áudio gravado (como os enviados pelo Whatsapp). Podem ser utilizados para narrar uma história, para correção de atividades, revisar ou aprofundar os conteúdos. Para tanto, sugiro o app Anchor, que pode ser baixado no seu celular. Ele é muito fácil e simples de utilizar.

● Plataforma Google Classroom: permite a criação de uma sala de aula virtual. Essa ação irá gerar um código que será compartilhado com os alunos, para que acessem a sala. Nesse ambiente virtual, o/a professor/a poderá criar postagens de avisos, textos, slides do PPT, conteúdos, links de vídeos, roteiros de estudos, atividades, etc. É uma forma bem simples e eficaz de manter a comunicação com os alunos e postar as aulas gravadas, usando os recursos anteriormente mencionados. Confira outros recursos oferecidos pela Google, como a construção de formulários (Google Forms) para serem realizados pelos alunos.

Sugerimos aulas com até 30 minutos de duração. Além disso, nem toda aula precisa gerar uma atividade avaliativa, para não sobrecarregar os alunos. As aulas virtuais também podem ser úteis para correção de exercícios e plantões de dúvidas.

Previsão para aplicação:

2 aulas (30 min./aula)

Proposta de Trabalho:

Para começar, trataremos da função das conjunções. Em seguida, abordaremos os tipos de conjunções. Para finalizar, veremos alguns exercícios sobre o tema.

Para os conteúdos trazidos nas etapas 1 a 6, sugiro o agendamento de uma ou duas aulas on-line síncronas com os alunos, por meio da plataforma Jitsi Meet, organizando os conteúdos em slides e compartilhando-os com os alunos com o uso do recurso do compartilhamento de tela do seu computador, disponível na plataforma sugerida. Estimule a participação dos alunos pelo chat da plataforma, em uma aula expositiva dialogada. Caso a aula síncrona não seja possível, sugiro a gravação de um vídeo com a narração dos slides, em conjunto com o Power Point.

Para a 7ª etapa, sugiro que os exercícios sejam organizados com o uso do Formulários Google e disponibilizados aos alunos por meio do Google Sala de aula. Os slides utilizados por você, professor (a), também podem ser disponibilizados aos alunos nessa plataforma. É importante reservar um momento da aula, após o prazo dado aos alunos para a realização da tarefa, para correção e discussão das atividades propostas.

1ª Etapa: O que é conjunção?

Será feita uma exposição pela professora acerca das conjunções na língua portuguesa, passando pelos pontos destacados abaixo:

a) Conjunção é uma classe gramatical que tem a função de ligar duas orações ou termos de mesma função sintática. Usualmente, essa ligação gera a atribuição de um papel semântico aos termos unidos.

b) As conjunções são palavras invariáveis.

2ª Etapa: Tipos de conjunções

Acerca dos tipos de conjunções, a professora fará uma exposição no sentido de que as conjunções são classificadas em coordenativas e subordinativas, classificações essas que serão detalhadas na sequência.

3ª Etapa: Conjunção coordenativa

Quanto às conjunções coordenativas, a professora fará as seguintes considerações:

a) As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações de sentido completo e independente.
b) As conjunções coordenativas podem ser classificadas em:
aditivas – têm ideia de adição. Algumas delas são: e, nem, não, não só… mas também, bem como e mas ainda. Por exemplo: Ela não só comeu pizza como também bolo.
adversativas – têm ideia de contraste e oposição. Algumas delas são: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto e não obstante. Por exemplo: Fui ao mercado, mas esqueci de comprar cebola.
alternativas – têm ideia de alternância. Algumas delas são: ou…ou, ora… ora, quer… quer e seja… seja. Por exemplo: Ou trabalho, ou vou viajar com vocês.
conclusivas – têm ideia de consequência ou conclusão. Algumas delas são: logo, portanto, pois (depois do verbo), por isso, por conseguinte e assim. Por exemplo: Estudei muito, por isso fui bem na prova.
–  explicativas – têm ideia de explicação. Algumas delas são: que, porque, pois (antes do verbo) e porquanto. Por exemplo: Não demore, que estou com pressa.
c) As conjunções “mas”, “e” e “pois” não podem estar posicionadas no início de um período, devendo estar sempre no meio da estrutura.
d) A conjunção “pois” usualmente vem após um ou mais termos da oração em que está inserida, quando é conjunção conclusiva. Por exemplo: Você chegou atrasado, não reclame, pois, de ter que trabalhar até mais tarde.
e) Nos casos em que é conjunção explicativa, “pois” geralmente vem após um verbo no imperativo e posicionado no início da oração a que pertence. Por exemplo: Não fique chateado, pois muitos torcem pelo seu sucesso.
f) “Senão” é uma conjunção adversativa nos casos em que equivale a “mas sim”. Por exemplo: Consegui esse resultado não por ter ajuda, senão por meu próprio esforço.

4ª Etapa: Conjunção subordinativa

Quanto às conjunções subordinativas, a professora fará as seguintes considerações:

a) As conjunções subordinativas são aquelas que ligam duas orações, sendo que uma delas depende da outra. À oração dependente, introduzida pela conjunção subordinativa, damos o nome de oração subordinada.

b) As conjunções subordinativas podem ser classificadas em:
integrantes – apenas ligam sintaticamente as orações, não atribuindo papel semântico. São elas: que e se. Por exemplo: Não sabemos se ele vem.
adverbiais – subdividem-se em:

1. causais – introduzem uma oração que traz a causa do fato ocorrido na oração principal. Algumas delas são: porque, que, como, visto que, porquanto, uma vez que e já que. Por exemplo: Ele não foi à festa porque estava cansado.
2. concessivas – introduzem uma oração que traz ideia oposta à da principal, mas sem impedir sua ocorrência. Algumas delas são: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, conquanto, posto que e por mais que. Por exemplo: Embora não esteja calor, vou viajar.
3. condicionais – introduzem uma oração que traz ideia de condição para a realização da principal. Algumas delas são: se, caso, desde que, a menor que, contanto e sem que. Por exemplo: Vou tomar café da manhã com você, a não ser que eu acorde atrasada.
4. conformativas – introduzem uma oração que traz ideia de conformidade com o fato da principal. Algumas delas são: conforme, segundo, como e consoante. Por exemplo: A reunião foi como esperávamos.
5. comparativas – introduzem uma oração que traz ideia de comparação. Algumas delas são: como, tal como, assim como, que nem, tal qual, mais… que e menos… que. Por exemplo: A maçã está mais cara que a banana.
6. consecutivas – introduzem uma oração que traz ideia de consequência da oração principal. Algumas delas são: de forma que, de modo que, de sorte que e que (antecedido por tal, tanto tão ou cada). Por exemplo: O frio era tanto que colocamos casacos.
7. finais – introduzem uma oração que traz ideia de finalidade. Algumas delas são: a fim de que, para que e que. Por exemplo: Abra o portão para que eu entre com o carro.

8. proporcionais – introduzem uma oração que traz um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência da principal. Algumas delas são: à medida que, ao passo que, à proporção que e quanto mais… mais. Por exemplo: Quanto mais ela corria, mais calor sentia.
9. temporais – introduzem uma oração que acrescenta circunstância de tempo à outra. Algumas delas são: quando, enquanto, agora, logo que, depois que, antes que, sempre que, assim que e desde que. Por exemplo: Ela chegou assim que você foi embora.

5ª Etapa: Locuções conjuntivas

A respeito das locuções conjuntivas, a professora esclarecerá que recebem essa nomenclatura os conjuntos de palavras que atuam como conjunção. Usualmente, as locuções conjuntivas terminam em “que”. Algumas delas são: visto que, desde que, ainda que, por mais que, logo que, a fim de que e à medida que.

6ª Etapa: Importante consideração sobre as conjunções

Por fim, a seguinte consideração será feita pela professora:

Muitas das conjunções não têm classificação única, devendo ser classificadas de acordo com sua função no contexto em que estão inseridas.

Um caso emblemático é o da conjunção que, que pode assumir diversas funções. Vejamos:
a) consecutiva – Onde você foi, que está tão cansado?
b) explicativa – Venha rápido, que estou atrasado.
c) concessiva – Saia para se divertir, um pouco que seja.
d) causal – Cansada que estou, não consigo mais trabalhar.
e) final – Ao meu entender, ela disse que viria.
f) conjunção integrante – Diga-lhe que estarei lá no horário combinado.

7ª Etapa: Questões retiradas de vestibulares

Seguem abaixo alguns exemplos de como o tema usualmente aparece nas provas, os quais podem ser apresentados aos alunos como forma de verificar a compreensão e fixação do conteúdo apresentado. O gabarito está logo depois das questões.

1) (CÁSPER LÍBERO – 2010)
Leia o texto a seguir e responda à questão:

A Independência (que tem seu ponto de partida na transferência da corte portuguesa em 1808) assinala a estruturação do Estado Brasileiro, o que determina, com a configuração da nova individualidade nacional que o Brasil passava a apresentar, a grande e variada série de consequências que derivam da inclusão no próprio país e sobre a base exclusiva de nacionais, do seu centro político, administrativo e social. A inspiração, orientação e direção do conjunto da vida brasileira se farão daí por diante a partir de seu próprio interior onde se localizarão seus estímulos e impulsos, o que torna possível definir, propor e realizar as aspirações e interesses propriamente nacionais. Do ponto de vista estritamente econômico, destaquemos unicamente o que a estruturação do Estado nacional representaria como fator de ampliação das despesas públicas, com reflexo imediato nas particulares; e portanto de ativação de vida econômica e financeira, aumento da renda nacional e do consumo que isso representa. O efeito conjugado desses fatores resultará, em consequência da brusca transformação ocorrida, no profundo desequilíbrio financeiro e nas crises que caracterizam a vida do Império até meados do século. E constitui circunstância que influi poderosamente no sentido de estimular a integração nacional da economia brasileira. Isso será tanto mais sensível e de efeitos mais amplos, que acresce um fator de ordem político-administrativa a atuar no mesmo sentido. Até a Independência, as capitanias brasileiras, depois províncias e hoje Estados, se achavam dispersas e cada qual muito mais ligada à metrópole portuguesa que às demais. A administração sediada no Rio de Janeiro era de fato, no que respeita ao conjunto da colônia, puramente nominal, e sua jurisdição não ia realmente além da intitulada capital e sede do Vice-reinado e das capitanias meridionais. A transferência da corte torna o Rio de Janeiro efetivamente em centro e capital do país que se articulará assim num todo único. Essa situação se consolidará com a efetivação da Independência e a formação do Estado nacional brasileiro, que constituem assim a definitiva integração territorial do país antes disperso e interligado unicamente através e por via da metrópole.

De maior proporção ainda, no que respeita à transformação da antiga colônia em coletividade nacional integrada e organizada, são estes primeiros passos decisivos da incorporação efetiva da massa trabalhadora à sociedade brasileira que consistem na supressão do tráfico africano (1850) e seus corolários naturais: o estímulo à imigração europeia de trabalhadores destinados a suprir a falta de mão-de-obra provocada pela supressão daquele tráfico, e a abolição da escravidão (1888). (Caio Prado Júnior. A revolução brasileira.)
“Isso será tanto mais sensível e de efeitos mais amplos, que acresce um fator de ordem político-administrativa a atuar no mesmo sentido.”

Assinale a alternativa que indica o valor semântico da conjunção assinalada:
a) causa
b) consequência
c) condição
d) finalidade
e) concessão

Disponível em: QConcursos

2) (CCV-UFC – 2011 – UFC – Casas de Cultura Estrangeira – Segundo Semestre)
Na frase: A natureza deveria cooperar: os homens envelhecem de modo diferente. Os dois pontos poderiam ser substituídos por vírgula, se estabelecermos o nexo entre as orações pela conjunção:
a) portanto
b) embora
c) conforme
d) pois
e) e

Disponível em: QConcursos

3) (UNIVAP – 2017)
No axioma filosófico “Penso, logo existo.”, há dois verbos, portanto duas orações com sentido completo: pensamos e existimos. Dessa forma, a relação estabelecida pela conjunção “logo” entre esses dois pensamentos é
a) conclusiva, pois induz ao pensamento de que o existir acontece em função do pensar.
b) alternativa porque, a partir da sua leitura, têm-se opções de escolha.
c) exclusão, pois um pensamento elimina o outro, e vice-versa.
d) opositiva, afinal o existir não inclui o pensar.
e) aditiva, por adicionar a ideia de existir, não tão importante quanto o pensar.

Disponível em: QConcursos

4) (IF Sul Rio-Grandense – 2017)

Disponível em: Isto é.  Acesso em: 20 de março de 2017. (crédito: reprodução)

A locução conjuntiva não obstante (linha 10) e a conjunção portanto (linha 30) introduzem no texto, respectivamente, uma ideia de caráter
a) concessivo e explicativo.
b) opositivo e explicativo.
c) concessivo e conclusivo.
d) explicativo e conclusivo.

Disponível em: QConcursos

5) (UEM – 2012)

Texto
Homo conectus
Roberto Pompeu de Toledo

(Texto adaptado da Revista Veja. São Paulo: Abril, ano 45, n. 6, 08 fev. 2012, p. 126)

Assinale a alternativa correta com relação ao emprego das conjunções utilizadas no texto.

A conjunção “e”, em “E se chega uma mensagem?” (linhas 61 e 62), tem valor consecutivo, isto é, de consequência, e pode ser substituída, sem prejuízo ao texto, pela locução conjuntiva “de modo que”.
a) Certo.
b) Errado.

Disponível em: QConcursos

Gabarito

1) b) consequência.

2) d) pois.

3) a) conclusiva, pois induz ao pensamento de que o existir acontece em função do pensar.

4) c) concessivo e conclusivo.

5) b) errado.

Plano de aula elaborado pela Professora Daniela Leite Nunes
Adaptação para o ensino remoto elaborada pela Prof.ª Dr.ª Nathalie Lousan

Materiais Relacionados

• Professor(a), acesse este vídeo para saber mais a respeito do assunto deste plano de aula. Acesso em: 24 de fevereiro de 2020.

• Complementarmente, também poderá ser consultado o seguinte material:
INFANTE, Ulisses; NETO, Pasquale Cipro. Gramática da língua portuguesa. 3a edição, 2019. São Paulo: Scipione Didáticos.

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