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  “Ninguém sente falta do que não experimentou.
Raddysson não conheceu o que chamam de afeto – de carinho, também não –
e foi crescendo, menino, sem sentir que lhe faltava o que ele não conhecia.”
(trecho de “Um Menino Chamado Raddysson", novo livro de Ziraldo)

 
 
Ziraldo autografa novo livro na Bienal de
São Paulo (Crédito: divulgação)
 
Ziraldo acostumou-se a dormir ao som de risos e da algazarra dos meninos de rua e seus “jogos infantis”, quando morou no último andar de um prédio da Praça do Lido, em Copacabana, Rio de Janeiro (RJ), no início dos anos 1980. Inspirado pelos sons que embalavam seu sono todas as madrugadas, o escritor e cartunista teve a ideia de escrever a história de um menino de rua. O projeto foi engavetado pela dificuldade que encontrou em traduzir aquele universo de alegria de garotos que tinham tanta carência e, sobretudo, por não saber como ilustrar o livro.
 
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O autor retoma o desejo de fazer o livro e dar vida ao menino chamado Raddysson e a inspiração vem ao rever o mural “Jogos Infantis”, que Cândido Portinari pintou no Palácio Capanema, antigo prédio onde funcionou o Ministério da Educação. No mesmo dia, depara-se com meninos moreninhos, de torso nu e cheios de alegria, jogando futebol no meio da madrugada. João Cândido Portinari, filho do autor do mural, concede a Ziraldo o direito de utilizar as imagens da obra de Portinari para ilustrar o novo livro, podendo fazer as intervenções que desejasse.
 
Na história, o futebol e a leitura são os responsáveis por tirarem os personagens Raddysson e Rosykeller das ruas. Esses nomes, difíceis de escrever e pronunciar, assim como Vladysson, Ketlein, Marydjoy, Taillnady, Daylande, Waldisney e tantas outros, integram uma lista que Ziraldo vem colecionando há muito, nas tardes de autógrafos.  Para ele, ao darem um nome diferente aos filhos, os pais têm esperança que estes conquistem um destino também distinto do deles. As situações vividas pelos protagonistas são exemplos da realidade enfrentada pela maioria das crianças brasileiras de nomes e vidas difíceis. Na entrevista, Ziraldo nos presenteia com a leitura de um trecho da obra “Um Menino Chamado Raddysson e mais os Meninos de Portinari”. 
 
 
Links:
– Saiba mais sobre o novo livro de Ziraldo  
– Acesse o website oficial do escritor
– Conheça um pouco mais da obra de Cândido Portinari
 
Créditos: As músicas utilizadas nesta reportagem, por ordem de entrada no áudio, são: “Sr. Tempo Bom” (DJ Hum / Thaíde) – Thaíde e DJ Hum, “O Meu Guri” (Chico Buarque) – Chico Buarque, “Por ti, Portinari, rompendo a tela, a realidade” (Diego Nicolau, Gabriel Teixeira e Gustavo), samba-enredo da Mocidade Independente de 2012.
 
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