Há cerca de três décadas, as crianças que frequentavam o consultório da pedagoga e psicóloga Elizabeth Monteiro apresentavam dificuldades de aprendizagem, medo do escuro ou faziam xixi na cama, comportamentos naturais do universo infantil. Já em 2002, quando lançou o livro “Criando filhos em tempos difíceis”, percebeu, o aumento de diagnósticos de patologias mais graves como o Transtorno Obsessivo Compulsivo (Toc) e a depressão. Em suas observações, a profissional detectou um ponto em comum nas crianças com patologias graves: a falta de estímulo à brincadeira. Os tais tempos difíceis têm a ver com um quadro em que a família está confusa e os papeis materno e paterno, em crise.  

 

Uma década depois do primeiro título, Elizabeth escreve o best-seller “A culpa é da Mãe” em que apresenta a mulher que se sente culpada por estar muito tempo fora de casa, em função de um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. A sociedade cobra da mulher a educação dos filhos, nos mesmos moldes dos tempos em que ela era a única das tarefas tidas como femininas. Mas a escritora pergunta: se a culpa é da mãe, “cadê o pai dessa criança”.  É este o mote do livro, recém-lançado pela autora, e pauta para a conversa que o NET Educação teve com ela. 

 

No áudio, Elizabeth Monteiro aponta a importância da figura paterna presente e elenca alguns modelos inadequados de pais. Aborda a crise da autoridade das famílias, que transferem à escola as suas funções de educar, e a falta de limites que cria o “filiarcado”, condição que dá aos filhos poderes que seriam de seus pais.

 

 

 

 

– Visite o blog de Elizabeth Monteiro

– Leia matéria da revista Pais e Filhos, que apresenta alguns modelos de pais presentes no novo livro de Elizabeth Monteiro 

– O filme “Pais e Filhos”, lançado no início deste ano no Brasil, aborda essa relação e amplia a visão sobre o tema 

– Outro filme recente que trata do tema com sensibilidade é o brasileiro “Gonzaga – de Pai pra Filho"  

 

Créditos do áudio: as músicas utilizadas para ilustrar o podcast são “Capitão de Indústria”, de Paulo Sergio Valle e Marcos Valle, versão de Os Paralamas do Sucesso; “Sangrando” e “O que é, o que é?”, ambas de autoria e interpretação de Gonzaguinha.