“A criança é essencialmente um ser sensível à procura de expressão. Não possui ainda a inteligência ‘abstraideira’ completamente formada. Ela utiliza-se indiferentemente de todos os meios de expressão artística”. Foi com esse pensamento que Mário de Andrade pensou os primeiros parques infantis da cidade de São Paulo, em meados dos anos 1930. Um desses parques ficava no bairro da Lapa, zona oeste. Ali do lado, atualmente, fica a Emei Dona Leopoldina.
De acordo com a assistente de direção, Simone Cavalcante, entrevistada neste podcast, a instituição de ensino é inspirada justamente no conceito proposto pelo modernista. “É um grande espaço de criação, onde as crianças ficam livres. Elas têm essa interação entre diferentes faixas etárias e todo este espaço verde, que a gente já não vê tanto nas escolas. A grande maioria é toda cimentada”, defende.
Localizada em um terreno de quase 9 mil m², o espaço abriga jaqueira, amoreira e minhocário, em uma ampla área verde, além de brinquedos de madeira. Na Emei, as salas tradicionais foram substituídas por aulas externas, nas chamadas “salas verdes”, em que os alunos ficam descalços e em contato direto com a vegetação. “Quando você vai falar da terra, da natureza, estando neste espaço, pisando na grama, no chão, colocando a mão na terra, é outra relação que se estabelece”, pontua.
No áudio, Simone revela o tripé em que se assenta o projeto político pedagógico (PPP) da escola: brincadeira, natureza e arte. Ainda no podcast, ela fala sobre a importância da formação de toda a comunidade escolar e das parcerias que permitem a sustentação da proposta da Emei.
Créditos:
As músicas utilizadas na edição do áudio, por ordem de entrada, são: “Amoreira” e “Sala verde”, ambas cantadas pelas crianças da escola e compostas pela professora Ana Silvia Caramigo. Também foi inserida a música “Oh Chuva” (Luiz Carlinhos), interpretada pelo grupo Falamansa. A música de fundo é de autoria de Reynaldo Bessa.
Crédito das imagens: Marcelo Abud