Joyce e as irmãs produzem bonecas negras, indígenas, cadeirantes,
cegas (Crédito: Veronica Manevy/CartaFundamental)

 

Como a maioria das meninas, as irmãs Joyce, Lúcia e Cristina adoravam bonecas. No entanto, passaram a infância se perguntando por que não havia bonecas negras. Quando tiveram que levar brinquedos para a escola, a avó das garotas as presenteou com bonecas de pano feitas por ela mesma. A partir daí, as três irmãs diziam, em tom de brincadeira, que teriam uma loja para vender as bonecas da avó, quando crescessem. 

 

A ideia ganhou corpo, em 2000, na loja e instituto Preta Pretinha, na Vila Madalena, em São Paulo (SP). No espaço, bonecas negras dividem as prateleiras com muçulmanas, orientais, indígenas e pessoas com deficiência. Além de clientes, o local recebe a visita constante de educadores, professores, psicólogos e psiquiatras que utilizam os brinquedos com uma visão pedagógica.

 

Nesta edição, você ouve duas das três sócias do projeto Preta Pretinha, as irmãs Joyce e Lúcia Venâncio. Conversamos também com a educadora e cliente da loja, Joyce Anne, que adquiriu para o filho de quatro anos um boneco sem cabelo, quando Miguel iniciou o tratamento de quimioterapia. Ainda no áudio, você fica a par de uma nova versão – mais ligada ao nosso folclore – para a lenda do Saci Pererê.

 

 O boneco do Miguel, sem
cabelo, igual ao garoto

 

– Visite o site da Preta Pretinha

– Faça uma visita virtual à loja, em vídeo de Mona Dorf

– Conheça melhor o Saci que faz contraponto ao Halloween

 

As músicas utilizadas nesta reportagem, por ordem de entrada no áudio, são: “Uma só voz” (Cazuza), com Titãs e convidados, “Black is Beautiful” (Marcos Valle), com Elis Regina, “Negro Rei” (Marcelo Barbosa / Bozzo Barreti / Nil Bernardes), com Cidade Negra, “Boneca de Piche” (Ary Barroso e Luiz Iglésias), com Itamar Assumpção, “Amigo estou aqui” (Randy Newman – Trilha de Toy Story), com Zé da Viola, “Preta Pretinha” (Moraes Moreira), com Os Novos Baianos.