Estudiosos consideram José de Alencar o fundador do romance nacional. O autor merece destaque por seu estilo descritivo e pelo caráter de aventura de seus livros.
Nos romances regionalistas que escreve, notam-se a preocupação em retratar regiões mais afastadas do Brasil, que não sofriam influência europeia. Histórias como “O Gaúcho”, “O Tronco do Ipê” e “O Sertanejo”, escritas entre 1870 e 1876, juntam a vida no campo e a cultura popular à beleza e diversidade da natureza do nosso país.
“Til”, publicado inicialmente no jornal “A República”, entre novembro de 1871 e março de 1872, faz parte desse estilo regionalista e se passa no interior paulista.
Paralelo à literatura, José de Alencar foi um político atuante. Isto reflete em sua obra. Há momentos em que se posiciona em relação às mudanças sociais. No ano de publicação de “Til”, o Brasil estava às voltas com a aprovação da Lei do Ventre Livre, que garantia a liberdade a filhos de escravos nascidos no país. O fato tem reflexo no romance, quando um grupo de escravos aparece preparando uma emboscada contra o senhor da fazenda. A cena representa o medo que havia em relação a possíveis revoltas entre negros que passariam a ter seus filhos livres, mas iriam continuar sem liberdade.
José de Alencar morre aos 48 anos de idade, em 1877, em função de uma tuberculose que o acomete desde a juventude e deixa inúmeras obras representativas do mais genuíno romance brasileiro.
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Livro “Til” (em domínio público)
Crédito da imagem: reprodução da capa do livro