Manuel Antonio de Almeida nasceu em 1831, na então capital federal Rio de Janeiro. Para pagar a faculdade de Medicina, trabalhava como revisor e redator no Correio Mercantil. Em um dos suplementos desse periódico saem, em folhetins, as “Memórias de um Sargento de Milícias”. Em livro, o romance é lançado entre 1854 e 1855, em dois volumes, sob o pseudônimo de “um Brasileiro”.
O tom irônico é uma das marcas da obra, assim como a presença de um anti-herói e o estilo oral e descontraído da escrita. Apesar de estar classificado como uma obra do Romantismo, “Memórias de um Sargento de Milícias” é um livro de transição. O romance é narrado em terceira pessoa. As tais “memórias” se referem ao período histórico em que a história de desenrola, apresentando cenas e costumes de uma época.
A frase que inicia o romance (“Era no tempo do rei”) situa o período em que se passa a história: as primeiras décadas do século 19, época do rei D. João VI. Apesar disso, as personagens que se destacam representam os mais humildes, o que dá ao leitor uma noção do estilo de vida suburbana do Rio antigo.
O enredo narra as aventuras de Leonardo, filho ilegítimo dos portugueses Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça, ou, conforme a obra: filho de uma pisadela e de um beliscão. Rejeitado pelos pais, passa aos cuidados dos padrinhos: uma parteira e um barbeiro. Este protege e mima o afilhado, acreditando em um grande futuro para ele. Mas não demora para que Leonardo se torne um completo vadio; vadio-mestre; vadio tipo, como descrito no capítulo XVIII do livro.
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“Memórias de um Sargento de Milícias” (obra em domínio público)
Conheça a letra e ouça o samba-enredo da Portela, de 1966. Lançado em 1971 no LP homônimo de Martinho da Vila, ele apresenta os personagens e a história do livro