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Jorge Amado é um dos representantes da segunda fase do Modernismo no Brasil, período que tem início em 1930. Os romances brasileiros desse movimento procuram retratar e analisar a realidade. As histórias focam no regionalismo, principalmente o nordestino.

É o caso de “Capitães da Areia”, que trata do tema da infância abandonada e delinquente que luta para sobreviver nas ruas de Salvador. O livro foi lançado perto da decretação do Estado Novo, em 1937. Na época, além de exemplares serem queimados em praça pública, na Bahia, a obra foi censurada em bibliotecas e instituições de ensino. Pelo caráter socialista e a luta de classes, a publicação foi uma afronta ao período mais ferrenho da ditadura Vargas, alinhada aos princípios do nazifascismo.

Além de mergulhar na vida e nesta obra de Jorge Amado, o podcast traz também uma passagem do livro. Abaixo, o trecho em destaque no áudio, em que Pedro Bala é preso e torturado:

“Grita, xinga nomes. Ninguém o atende, ninguém o vê, ninguém o ouve. Assim deve ser o inferno. Pirulito tem razão de ter medo do inferno. É por demais terrível. Sofrer sede e escuridão. A canção dos presos dizia que lá fora é a liberdade e o sol. E também a água, os rios correndo muito alvos sobre pedras, as cascatas caindo, o grande mar misterioso. Professor que sabe muitas coisas, porque à noite lê livros furtados à luz de uma vela (está comendo os olhos…), lhe disse certa vez que tem mais água no mundo que terra. Tinha lido num livro. Mas nem um pingo de água na sua cafua.”

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