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 “A minha vinda para estas bandas aqui do Sudeste foi exatamente para ganhar corpo e começar a discutir coisas que de fato eram criadas e que prejudicam os povos indígenas”

(Cristino Wapichana)

Escrito por Cristino Wapichana e ilustrado por Graça Lima, o livro “A boca da noite” tem sido destaque no Brasil e no exterior. Além de vencer nas categorias de Melhor livro para crianças e Melhor ilustração no Prêmio Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil 2017, a obra teve uma de suas ilustrações na capa do catálogo da Feira literária infantil e juvenil de Bolonha, uma das maiores do mundo. Cristino também foi convidado para o Salão do Livro de Gotemburgo, onde “A boca da noite” vai ser lançado em Sueco. O trabalho de Graça Lima também estará representado, já que o stand do Brasil em Gotemburgo será decorado com ilustrações do livro.
Nesta edição, conversamos com autor e ilustradora para desvendar alguns dos mistérios dessa repercussão do livro, que traz uma história fascinante e cheia de surpresas para crianças e jovens. “A boca da noite” conta um pouco da infância, da família, do cotidiano e da criatividade do povo Wapichana.
No livro, os irmãos Dum e Kupai tentam encontrar respostas para perguntas como: o que será que acontece quando o sol mergulha no rio? Será que ele toma banho antes de dormir? E depois disso, será que ele passa a noite dormindo dentro do próprio rio? Mas para chegarem a alguma conclusão, sobem na Laje do Trovão, o lugar mais perigoso da aldeia. O medo aumenta quando o pai utiliza a expressão “boca da noite” e Kupai fica imaginando que se a noite tem boca, deve também ter cabeça e corpo, além de ser enorme.
O escritor Cristino Wapichana, do povo indígena Wapichana, de Roraima, radicado atualmente em São Paulo, ganhou, em 2014, com esse singelo e vigoroso texto, menção honrosa no Concurso FNLIJ/UKA Tamoios de Textos de Escritores Indígenas. Para tornar a história mais encantadora, a ilustradora Graça Lima é a coautora da obra. Ela realça ainda mais a poesia e sensibilidade da narrativa com seus traços e pinturas. Os desenhos remetem à vasta arte dos povos indígenas, como a das cerâmicas, pinturas corporais e grafismos. A paleta alterna entre cores quentes e vibrantes, como o dia na floresta; e tons sombrios, como a noite e os mistérios escondidos. Cristino e Graça transportam o leitor para a realidade dos povos indígenas, com sua beleza, coragem e ensinamentos.
 
Crédito: A música utilizada na edição do áudio é “Kazanda wyn (sonho)”, de Cristino Wapichana.
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